sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Rolantes.

Todo aquele cinza concretado, fugindo em borrões
Nós dançamos com o tempo e sumimos com os ponteiros
É isso que quero que você veja, rápido
Mas ninguém consegue ver, ninguém
Seu baile de várias milhas por horas

Aquele coração bate cada vez mais
Tudo pulsa, são contrações e urros
Mas logo acabou
Seu baile em várias milhas por hora.

Somente eu posso ver, como tudo é devagar
Se você pudesse ver comigo sorriria
Eu posso lhe mostrar
Entre em meu compasso.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Perder.

Não deixou nada para que fosse lembrada. Não havia o envelope com uma carta amassada em cima de mesa da cozinha, não havia o bilhete na geladeira. Não havia a bagunça no guarda-roupa, nem mesmo aquele ar de quando algo nos deixa. Não havia garrafas vazias, nem cinzas no cinzeiro. Não existiam retratos de nós, imagens que quando nós tínhamos algo. Fui deixado aqui, sem saber para onde ir, nem o que buscar, meu próximo passo pode ser dentro do abismo.
Olhando melhor, existia uma leve bagunça, mas só dentro de mim. Fazia e fazia planos, sonhava sonhos de estar com qualquer uma de vocês, vivia por mais que eu não quisesse em um outro mundo, idolatrado, irreal.
Eu quero ver seus olhos de novo, quero sentir seu toque frio, seu pesar. Quero desfalecer em suas braços, fixar o olhar na noite, quero sair da inércia. Preciso de algo que me perturbe, não uma mão amiga, uma inimiga. Preciso sentir o fogo a me queimar, o vento a me empurrar, seu beijo me escapar. Preciso da velha utopia, das velhas anotações da madrugada, dos tons de sua pele, da sua voz, daquela velha melodia. Diga que vai voltar e eu prometo não lhe perder.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Sob o luar.

Eu vejo uma luz. Ela brilha em meio ao negro, à escuridão desajustada, as cinzas do que um dia restou. Vê-se o eterno contraste entre claro e escuro, o bem e o mal medindo forçar para que have um equilíbrio, mas não há. Aquela pequena luz, pulsa, brilha, é como um estrela no céu, pequena, quase imperceptível, não consegue iluminar a minha face com sua luz. Ela só esta lá, lutando para tomar o controle, talvez nunca conseguirá.
Existe também uma escuridão, um negro, onde se perdem nos emaranhados rasgantes de suas teias compostas por ódios, rancores, mágoas, decepções, trassadas por uma caminho, aquele que a escuridão me mostra. Deixando-me de olhos vermelhos, de cabelos em pé, de joelhos ao chão, do punho cerrado, do sangue jorrando. Ela esta aqui, eu posso senti-la, eu quero estar com ela, isso é o que eu nunca vou entender.
Mostre-me me a luz! Gritei, umas tantas vezes até perder a voz. E no céu só vi os pequenos pontos de luz, as pequenas forças girando ao meu redor, sussurrando uma melodia, com seus dizeres, nós estamos aqui não estamos aqui nós estamos aqui sempre. Não sei se estão ou não, não sei. Droga!
Amanheceu, mais um cigarro. Mais um maço de cigarros, alimentando a escuridão com sua fumaça acinzentada jorrando pelas minhas entranhas. Não amanheceu, só trocou-se o dia pela noite. A ausência da escuridão, ali parecia tudo tão luminoso, não era eu.
Mas um dia foi dito, que se existe a escuridão deve existir a luz, que para existir o mal deve existir o bem, que para existir o amor deve existir o ódio. Mas qual é consequência de qual? O mal é a ausência de bem ou o bem ausência de mal? Eu prefiro acreditar que em minha escuridão reside o maior bem, que na minha luz existe meu maior mal, pois as estrelas no céu ainda brilham para mim, eu posso ser o bem, basta eu olhar para elas.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Quase isso.

Eu o via, relatava-me a senhora, sempre rodando por aqui. Dava pra ver daqui de cima, o rapaz, sempre parecia estar com a mesma roupa, mesmo eu sabendo que ela tinha mudado de paletó, era quieto, nunca suspendia a cabeça pra dar um oi. Era sabe, como chama moço? Aquele negócio que parece sempre dar no mesmo? Ah! Deixa pra lá. Parecia sempre igual o que ele fazia, mas dava pra notar diferenças nos passos, cada dia mais fracos. Ele parava naquele poste ali ó! Ficava olhando pro chão igual um cachorro sem dono. Eu acho moço, que ele tem problema de cabeça, fica olhando os "paralepipidu" sem parar. Tinha dias que os homens do bar tentavam puxar conversa com ele, ele até respondia sabe, eu não ouvia, mas ele respondia, mas não dava muita atenção. - Obrigado senhora. - Nada moço, quer um café? - Não, obrigado.
Devaneios a parte, eu sempre soube que ele existia, em algum lugar eu sabia. Aquela parte lusco- fusca acinzentada, aquele sorriso quase triste, aquele paletó tão cinza quanto o céu. Eu sabia! Eu sabia! Poderia gritar eureca! Mas não sou cientista pra isso. Sou um observador daquele homem, uma obsessão. Eu estava próximo. Era o que eu iria fazer, encostaria da mesma maneira que ele, naquele mesmo poste, olharia para o tapete cinza enquanto as pesadas mas poucas gotas caiam no chão, estalando. Passava o primeiro carro, o segundo, um oi de um casal, um boêmio me olhou torto, deve achar que eu sou ele. Então, caminhando lentamente veio, como a senhora disse, sem suspender a cabeça, olhando as fendas deixadas por milhares de passos que ali um dia passaram. Não me deixou só, obrigado. Obrigado Deus. Faço desta chuva as minhas lágrimas. Eu tentava captar os olhos, mas se escondiam atrás de um pouco de cabelo, de um desvio natural de olhar aos olhos. Obrigado por voltar, de onde nunca deveria ter saído. Eu me encontrei com tudo que sempre existiu e ali foi o fim.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Filos Zofias

As pessoas vivem por respostas. Vivem por porquês não respondidos. Foram dadas ao mundo procurando uma só coisa, tendo só uma necessidade: a de ser entendido. Poucos são aqueles que pensam na não utilidade das respostas, que ignoram qualquer entendimento, qualquer versão não do seu próprio inflado ego. Exclui-se respostas, adiciona-se perguntas. Se querem algum segredo, que não é segredo algum, este é ele. Falta a simples observação, a dedução, usar nosso pedaço de massa cinzenta ao qual dão o carinhoso apelido de cérebro, que até onde eu sabia era personagem de desenho animado, para sua maior utilidade: processar informações.

Tudo já se mostra tão mastigado, digerido, que não se pode perceber mais o olhar, sentir o perfume da minha amada combinado com o cheiro de minha camisa que ela usa, enquanto eu olho o jardim. Falta a percepção dos grandes clichês, daqueles dos filmes românticos, dos casais apaixonados, daqueles só que ficam nos olhos dos sonhos e nunca na nossa realidade, que parece ser mais fria que a dos outros. Constatação: Nossa vida é sempre mais fria que a dos outros.

Pode não parecer, mas vivemos um grande clichê, assim: Nascemos, metabolizamos CO2, fazendo coisas que julgamos necessárias, outras que são necessárias, umas que são inúteis outras que julgamos inúteis, e no final, morremos como grandes seres matabolizantes meio- inúteis de CO2.

No escuro, tudo se torna nada. O cigarro rapidamente acaba. O copo esvazia. Sente-se o calor fluir em suas entranhas. O tempo definitivamente não para.

domingo, 9 de outubro de 2011

Conto Aleatório.

Eles continuavam a me dizer, insistiam naquilo e eu negava. Morrer não era algo para se honrar, não importava se eu tivesse que morrer por mim, pelo reino, pelos meus amigos ou por uma amor, a morte nunca seria honrada. E continuava aquele discurso, aqueles mesmos clichês sobre o valor da vida, que uma vida nossa deveria valer mais do que qualquer coisa. Eu me lembro daquele velho, quando morreu, fizeram uma pira e todos juntos repetiram " Faremos sua morte ser lembrada pelo valor de sua vida." Outrora o velho fora um honroso, naqueles dias, ele não passava de algumas moedas de ouro a mais.
Todos os dias, ao nascer do sol, continuava ouvindo aquele mesmo discurso, poucas palavras mudaram. Dos que chegaram ali, poucos ainda restavam, alguns mais fortes, outros com a barba a fazer, outros ainda com o mesmo semblante cansado que sempre tiveram.
Assim, passaram os dias, dias e dias. Até que naquela tarde fui chamado, me deram a notícia, o campo seria meu lugar, banhado de sangue e aço. Empunharia a minha vida acima daquele alazão branco, cortaria gargantas em nome de alguém. Disseram as mesmas palavras sobre honra e valor, fingi que dei ouvidos, eu iria pois não tinha outra escolha, mas não estaria lá por nada ou ninguém, queria ir e voltar, vivo e inteiro.
Não lembro do tempo da viagem, nem dos alojamentos, nem dos homens aos quais estive ao lado até ouvir o rufar das peles inimigas, pele humana que fazia seus tambores. Era como se estivessem batendo em meu peito sem parar, meu estomago revirava, eu nunca tinha matado um homem, mas ali, era a única escolha.
Soou, desembainhei minha lâmina e vi a horda inimiga logo a frente, lá estavam eles, lutando por algo. Mas o quê? Os homens corajosos ao meu lado gritavam em línguas que eu não conhecia ou simplesmente rugiam de ódio contra o desconhecido. Eles eram meus irmãos agora, nós eramos um só, um só sangue, uma só lâmina, eu começava a entender as palavras que foram mil vezes ditas.
O primeiro homem veio, depois de uma defesa, cortei-o ao meio. E outro, e outro. Um corte no antebraço, queimou como fogo. Não há como descrever exatamente isso, só existe.
Lá então eu vi, alguns daqueles homens, meus irmãos, sendo cortados, mutilados, levados prisioneiros, eu tinha de salva-los. Era honra. Agora eu entendia, uma vez dita as palavras, eu não poderia voltar atrás, cavalguei então para eles, senti meu alazão cair, junto comigo, atingi o chão, e naqueles exato momento senti minha cota de malha rasgar, o sangue fluir. Ali, eu morria com honra, por ter feito meu dever, de ter sido, por pelo menos alguns minutos, alguém de verdade.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Roleta do Tempo

Não existe amor perfeito, não existe o um perfeito. Nem você mesma é perfeita, ninguém é. Mas todos esses fatos não limitam meu sonho, aquele de achar uma mulher para chamar de minha, uma amiga para chamar de irmã, um puta para chamar de cadela ou um amor, para simplesmente chama-la de meu amor.
Posso voltar há alguns anos, onde procurei sem ao menos ver quem estava colocando minhas deusas, onde amarrava um amor inventado, um tanto até forçado. Era um ídolo ao qual eu idolatrava, no qual eu perdia pensamentos em dias e dias, lágrimas e lágrimas. Continuei na mesma luta, de enganar egos, de fingir amores, de procurar prazeres. Todos em vão. Absolutamente todos. Pois aquele sorriso que eu me apaixonei, não era o que eu queria que fosse. Aquele eu te amo muito menos, eram só, palavras... Elas tem força, mas nem tanta.
Cresci um pouco, juntei minhas bagagens e embarquei para onde achei que eu nunca iria voltar, esgueirei-me por entre um mundo perdido, alcoólatra, inconsciente, hedônico. Vaguei por lá, carregando um olhar felino em meus olhos. Olhos de lince que a todos viam, analisavam e davam o bote, na maioria das vezes, certeiro. Bons tempos, é como um idoso lembrar dos seus tempos de garoto, quando dançava no baile com sua amada, as lentas músicas.
Mas tudo que não muda, um dia cansa. Minhas caçadas já não tinham bons frutos, procurei a aposentadoria de meu posto, deixei-o aos mais jovens. Foi dai que cheguei onde estou, corroído por uma utopia, algo tão ímpar como meu próprio ser. A utopia de uma mulher, de uma amante, de segurar seu corpo e olhar em seus olhos. Uma utopia que achei que eu nunca iria achar. Até que por pura ironia fantasia, literalmente, eu lhe encontrei. Era jeans e branco, assim como eu.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Fique.

Pode ser a ultima vez, não quero que seja
Passos arrastados por alguns metros
Minutos decorridos, sua mão tremula
Não pode ser a ultima vez
Nunca pode haver uma ultima vez

Eu vejo você, copio seus traços
Eu sou você, a tristeza nos seus olhos
Me abrace mais uma vez, pois dói
Segure a minha mão, mesmo que sem segurança
É tudo o que eu preciso

Quero seus olhos verdes tão vivos como nunca
Ouvir-te praguejar, xingar, amar
Eu sou o seu escolhido, o preferido
Não posso deixar de ser
Fique, é tudo que eu peço

É tudo que eu peço.

sábado, 1 de outubro de 2011

Falta de sentido.

Assim me despedia, no auge de uma ebriedade exagerada, dizendo a mim mesmo "tudo vai ficar bem, tudo vai ficar bem". Já havia me cansado de todos os jogos, dos sorrisos vazios, de toda aquela força que fazem para agradar um ao outro. Prometi a mim mesmo não mudar, pois quem muda, perde. Mas ainda a minha volta havia todas aqueles, bajuladores, traidores, indiferentes até os "nada contra, nada a favor.", queria me livrar deles. Olhar somente nos olhos daqueles que chamo de amigos, naqueles que digo que amo. Toda essa utopia é tão valida quanto falar de amor eterno ou de "um lugar no céu"...
Seria simples demais se fosse chamado vida, quatro letras que matam esperanças, sobem frustrações, arrebentam laços, os une de novo e no final de tudo, faz-me amar. Amar meu próprio id, meu ego e meu superego.
O sol bate na minha janela, é hora de acordar um novo eu, encarar esse mundo de novo, enquanto eu não arrumo um jeito de fugir de tudo.

sábado, 24 de setembro de 2011

Inverno.

Minha maior dor é amar
Rasga em pedaços meu coração
E espalha por entre as milhas
Que me separam de você

Meu maior conforto é lhe amar
De uma vez ver seu sorriso
Acende a chama do meu coração
Regenera tudo ao meu redor

Neste mundo cinza tu colocaste cor
Nesta insanidade tu trouxeste a paz
Só o que eu quero é o brilho dos seus olhos
E o seu calor

Aqui está frio demais.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O Perdedor.

As linhas da vida me ensinaram várias coisas. Que se prestar atenção no presente é prever o futuro. Que olhar e ver são coisas distintas e que é preciso ter para ser algo. Não importa o que. A vida, se assim posso chamar a subsequência de fatos que ocorreram em minha existência sempre apontou o dedo em minha face e me chamando de perdedor. Não é nenhum drama ou algo que eu me envergonhe.
Outra coisa que a vida me ensinou, ainda jovem, foi que as derrotas lhe ensinam muito mais do que vitórias. A cada lágrima derramada eu aprendia, me faria mais forte, enchia minha cabeça até chegar em algo concreto, eu não perderia de novo. E perdia, perdi, e continuo perdendo. É tudo aquilo que posso fazer. Então eu passei a observar, quando eu ganho é um sentimento profundo, algo como uma luz que se acende. Os ganhadores ganham por obrigação, não gozam da vitória e sim ignoram ela.
A cada bola batida no aro, a cada dura queda no tatame e até a cada chute desconcertado a milhas do gol que eu dou, aprendo. Aprendo e depois ganho, venço. A bola cai pela cesta, meus golpes não falham mais, e os chutes, tudo bem, esses continuam um bocado tortos...
Ainda aprendo com a vida, até porque, aprenderei para sempre, a ultima coisa que me foi dita foi que os perdedores se levantam quantas vezes forem precisas para atingirem o que realmente querem. Posso ser o maior dos perdedores, mas sou o mais forte dos homens.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Qualquer coisa a mais que isso. É mentira.

Aquelas gotas, a velha maneira
Movimentos de inércia
Qualquer coisa a mais que isso
Seria pura ilusão ou desilusão

Jogando isso tudo fora
Os cacos de vidros espatifados pelo chão
Assim não precisarei ver você no espelho
Encarar tão cruel realidade

Aquele pedaço foi o que me fez estar vivo
Escorrer, fluir, sugar, adormecer
Acordar em uma estática que não existe
Só agora, só agora

Só agora o vermelho se junta com o amarelo
E se torna o mais espetacular espetáculo..

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Facetas quaisquer

Aquela fina tendência a esconder, a mentir, ser mais um em qualquer lugar, ser O em algum lugar. Joga com palavras de forma perfeita, olha nos olhos como Jesus olhou para a cruz, carrega seu fardo, nunca vai deixar de ser assim. Aquela ideologia de não ter ideologia alguma, de pisar na terra e não viver. Talvez você saiba como é...
Oh queria, como eu poderia não lhe amar? Aquele sorriso ilumina toda minha escuridão, que torna tudo lindo, assim como você. Seus olhos me puxam para dentro de sua alma, amando-a mais ainda, seus olhos de ressaca, herança de Capitu, puxou seus olhos de ressaca e eu? Talvez o coração de Bentinho, que nunca soube o que realmente houve.

Afundo-me na mais românticas pseudo-depressões, daquelas que nunca ninguém imaginou, eu sofro e meu coração falha, se parte, a cada vez que me vejo tão longe de tu. Quer mesmo viver assim? Eu não acho que conseguirei. Vou livrar-me deste tormento logo. Mais uma garrafa de vinho, outros tragos no cigarro, cambaleando pala rua erma, eu não sei onde estou, só queria estar contigo, contigo...

- Vocês ai embaixo! Tão humanos, condenarei a eterna vida, fracos ou fortes, humildes de forma alguma. Condenarei à uma liberdade inexistente! Sou Deus de todos vocês e só podem fazer uma coisa, obedeçam ou fujam para dentro dessa carne fresca. Fujam, pois eu tomei o controle.

domingo, 11 de setembro de 2011

Estação

Rabiscado da esquerda para a direita
Andando no sentido contrário, pois não há nada que impeça
Foi para lá, não achei, mudei de lado
Tudo igual, meus destinos, que mudam a cada passo.

Como Drummond, nasci assim um pouco gauche
Nietzsche deu-me uma benção niilista, Vá e perca!
E não houve moral ou ética
Tanto de Sócrates ou Platão que mudasse

Por traz daquela etiqueta
Por traz daquela toda pompa
Ele mora, ela mora
Nós moramos

Não importa se é primeira, segunda ou terceira
Se tu ouves plural ou singular
Faremos uma escala na próxima estação
Onde descerei, de um dia sairei.

domingo, 28 de agosto de 2011

Fora de controle?

Lá estava, exorcizando seus demônios em mais alguns cigarros. Sentado no escuro, maldita dor de cabeça, maldita fotofobia. Movimentos desesperados, mais uma cerveja. Era o único jeito de se livrar daquilo tudo, por pelo menos aquela noite, por algumas poucas horas sem dor. As pilulas já não faziam efeito ha tempos, eram só uma distração, era o placebo. Lá estava, trocando de placebo, trocando de vida, na verdade, fingindo trocar algo que sempre foi o mesmo. Está tudo bem, ainda pode-se viver, é só mais um dia.
Logo depois de estar disposto o suficiente, começou. Sua ideia inicial era só uma, ele só tinha um objetivo, e sabia que não podia errar. O que diria? Não se sabe, até quando perguntarem. Arquitetar planos é saudável, mas o improviso dos detalhes é o que os deixa bons os jogos, que fazem o jogo continuar a ser jogado, é só não deslizar.
Estava feito, um jantar, vinho, sexo. Estava feito. Deus, como pode fazer aquilo com aquela mulher? Ela era inocente, ela é inocente ainda. As imagens gravam os últimos suspiros, clímax.
Já foi feito, mais algumas cervejas, outros cigarros. Uma música relaxante. Menos um deles. Amanhã deve começar tudo outra vez, é só esperar. Algumas linhas a mais um algumas folhas em branco, não me diga. É isso, hora de ir pra cama, doce criança. Nos vemos nos próximos episódios. E não se esqueçam... Acidentes acontecem. Adios.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Ateando fogo.

Quero viver esta infância perdida para sempre
Correndo atrás de cada erro e tropeço
E tanto faz se machucar, eu ainda sou uma criança perdida
Corro por entre manchas de sangue e corpos no chão
Grito, xingo, pego-me rindo de minha própria insane
É aqui que continuarei morando, tanto faz
O mundo real nunca foi de verdade mesmo
Minha verdade esta na fantasia de uma noite mal dormida
E onde esta sua verdade? Não sabes em que crer
Minha verdade esta nas notas, mesmo que dissonantes
Tanto faz o amanhã, eu só quero viver
Ao menos meu sorriso é real, assim como a minha vida
Doce vida real fantasiada por traz de coisas mortas
Zumbis criados para me satisfazer
Ai esta, eu me amo, mais que qualquer um
Pois eu sei que posso fazer o que eu quero
Sem medo, sem receio, sem arrependimentos
E você ai parado?
Só pode fazer o que tem sempre planejado
Um dia ainda explodirei seu mundo real
Atearei fogo à tudo
E espero ver o clarão das chamas contigo
De cima uma montanha gelada
Doce mundo real, tão fantasioso.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Aleatoriedades

Quando o sol raiar, sem você
E lá esta, do outro lado da rua
Olharei sempre, até não mais poder
Mas não esta lá, foi para longe.
Guria, deixe-me deitar em seus braços
Deixe-me repetir tudo o que eu sempre digo
Quero senti-lá, no mais sutil dos toques
Quando o sol raiar, eu quero estar com você
E acho que você comigo
Quando o sol raiar, o sol raiará
E como espelhos, nos refletiremos em pensamento.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O que é?

Tu deverias me perguntar algo mais fácil
Porque poesia é algo pequeno demais
Com muitas definições, e da-lhe etimologias

Poesia pode ser fogo que arde sem se ver
Ou aquele versinho da música que diz
" A resposta está soprando no céu"

Ah! Eu deveria dizer que é o amor que não faz sentido
Pode ser também aquela falta de sentido do amor
E por que não só o amor, ou a falta de sentido?

Você pode ver, eu não posso definir
A poesia sopra em bocas amaldiçoadas por bençãos
É feita por mãos calejadas de tanto apagar
[ aquela velha história

O que é então?
Sou eu, é você
É o que você quiser
É aquele mundo de brincadeira
Que você tanto quer.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Protesto Infantil

De volta a prosa. De volta a filosofias noturnas, alias, bem que podia ser madrugada. Escreverei sobre algo um tanto clichê, não tão clichê quanto a chuva, a dor, a vida. Não tão clichê quanto o amor. Só digo que é tudo o que fica preso e por puro medo, sim, medo, eu não digo essas palavras. Enfim, devo começar antes que eu comece a andar, ou escrever, em círculos.
Se hoje tenho um bom coração, mas uma mente errônea devo isso tudo à este "mundo de hoje". Não faz muito tempo que deixei de ser criança, na verdade, eu já deixei de ser uma criança? Dentro de um homem sempre vive uma criança, e quando digo homem, eu digo o homem em gênero, mulheres já nascem maliciosas! Voltando, lembro-me das manhãs sentado vendo meus queridos desenhos animados, neles havia violência, palavras fortes para uma criança se ouvir, mas existe algo que era maior, existia o bem vencendo, você sabia que quanto maior fosse a luta, maior a recompensa, existia a amizade vencendo as barreiras mágicas. Existia uma lição, uma honra. Existiam homens de verdade, e agora homens humanos. Hoje em dia o que temos? Inúteis lições para crianças que não tem valores, nascem com o consumismo ardendo em suas veias. Sou hipócrita ao dizer que cultivo os "bons" valores, sou um tanto relativista e até "niilista" mesmo não dando a mínima para esse tipo de coisa.
Faltam-me as palavras. Eu era feliz e sabia. Nostalgia... Se alguém lê este blog, isso não foi uma postagem.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Tudo o que eu falei fora daqui.

Na completa vastidão
Um nada
Na pequenez (quase) insignificantemente de um átomo
Outro vazio
E nós, completos conjuntos atômicos, outros nadas

Naquela pequena fotografia
Uma vida
Nas primeiras notas cantadas pela manhã
Um tudo
E nós, desperdiçando um tanto belo e fugaz espetáculo

Exclamo à deuses, mesmo que eles sejam eu mesmo
Tu vieste de onde e para onde voltarás?
Pois a certeza de nada eu temo
A duvida é o que me faz mudar

Nota de rodapé: não pode fazer sentido
O lusco fusco dos pixels
Muito além de minha humilde (falta de) inteligencia
PS: Não deve fazer sentido, mas pode.

De pé, ouvindo estrondosas risadas
Minhas têmporas pulsam
É um caminho tortuoso até o destino
E com obstáculos significantes, eu diria

Exclamo ao mundo, sou ser humano oras
Tenho direito à dramas, a cansaços
Tenho direito de mentir e não mudar
De esconder.

Notas escritas a sangue no teto e no chão:
É possível descer, acho que não voarei.
Turvo, turvo
De quem é aquela sombra?

Onde estou?
Uma agulha do meu braço, mundo real, voltei.
Um copo de café.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Tormenta

Deixaste de estar, de viver por ai
Levaste minha paz, quase tudo o que eu tinha
Tu, ultima de minhas tormentas
Que fez o favor de permanecer acordada
Dando o bote a cada vez que baixo a guarda
Assim me perco, em devaneios que nem eu sei
Se são em você ou por você
És minhas última tormenta
Dei-me paz.

domingo, 31 de julho de 2011

Você, depois dos sete mares

Eu dormi pensando em tu
Nunca mais queria acordar
Pois nos meus sonhos viveu
Numa eternidade reduzida
O que eu ainda posso fazer?
Sobreviver
Dói, incessantemente dói
E a cada dia que passa
Cuspo nós de minhas garganta
Silencio a dor com mais um copo
Não vou poder fugir para sempre
Me esconder por traz de algumas garrafas
E de alguns tragos em meu cigarro
Fique aqui, pois para sempre é pouco tempo demais.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Em respeito ao que lhe mantém vivo

Você tem algum problema com meu vicio?
Saia da minha frente, pois tudo pega fogo
Algumas pilulas, alguns goles
Tudo se vai de um jeito tão rápido
Tão rápido que mesmo tu não sentiria
Eu esqueço tudo, perco tudo
Deixe o fogo queimar tudo
Eu só quero sustentar o que me mantém
Pelo menos não preciso de razões para viver
Abasteça mais um gole
De mais um trago, sinto-me bem
Procuro o frasco, abro com mãos tremulas
Um brinde ao excesso

sábado, 16 de julho de 2011

Palavras de honra.

Por mais o que se vive um homem
Senão os doces lábios de uma ardente mulher
Por mais o que um campeão se levanta
A não ser a lembrança de um olhar
Hoje as estrelas me abençoaram com seu sorriso
Enquanto eu derramo minhas misérias
Em lágrimas com sangues alheios
Toda essa luta é pra te encontrar
Aqui, nessa vida, ou lá
Descansando à sombra de um deus.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O mundo além do que tu conheces.

A luz gélida, não só gélida, mas angustiante, pois tornava cada vez maiores as sombras de tudo ao redor. Como chegou ali ninguém sabe, só existem seus medos refletidos em cada fragmento perdido de visão que o consome. Seu coração dispara, como uma bomba prestes a explodir, a visão esta embaçada, mas ainda pode-se ver seus maiores medos nas paredes, no chão, estendidos à sua frente.
Náuseas o atingem. Ele rezava para qualquer deus que o ouviste para tirar-lhe logo dali, ele não queria mais aquilo, os pedaços todos embaraçados, o mundo escorria pelas entranhas das pedras, que colocadas em sobre a outra faziam um traçado digno de um mestre sádico.
Do lado de fora pode-se ouvir os urros, os gritos, os gemidos, as ladainhas, as orações, as ameaças, as desculpas. Do lado de fora pode-se ver o desespero, ver aquele ser, prisioneiro de si mesmo, torturando-se no caos, firmado sua falta de sentido ou até mesmo dizendo que tudo fazia sentido. Era a insane.
Sua visão fica menos embaçada, ela já pode ver algumas coisas, coisas que ele nunca quis ver, mas que sempre existiram. Não existe indiferença la dentro, é como se transbordassem paixões boas e ruins, vícios, pecados, amores. Era tudo derramado por um enorme aperto que ele não sabia de onde vinha.
Querendo ou não, seu sonho foi realizado, ele o viu fora, ficou foda. Mas la fora não é tão bom assim não é? O que pensou que era? La dentro ainda existe um refugio, vocês ainda se entendem. Aqui fora é o inferno, se ele mesmo existe. Aprendeu agora? Quer voltar?
Nunca nos procure de novo.

domingo, 10 de julho de 2011

Criadores de Caos

É o caos
Agrupamentos de partículas e cromossomos que não fazem sentido
De suas vidas mortas, ou mortes vivas
Exacerbando toda a criação inútil de um caos
É o caos
Da cidade, dos carros, das rodas, do vil, do ver, do sentir
É o caos
Do hindu à cristo, da sua à minha, do agudo ao grave
Bate bate bate bate bate
Toque porque la vem caos
É o caos
Não faz sentido, é lindo o desarrumado
Viste, não tem mais nada
Eu tenho tudo, eu sou o caos
Voltarei para marte, adeus.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Pitadas de hoje, pitadas de deus

Lá e cá, ela anda
Estonteante andar pelas areias do deserto
Carrega o banheiro em sua face
Sua cama, o guarda roupa nos costas
Como um cristo carrega a cruz

Me desculpe meu senhor
Ele desliza sobre o mar cinza quase azul
Dentro da própria segunda feira blue, desliza
E não é qualquer deus
Deus das portas cinéticas, dos urros e sussuros
Deus do próprio deslizar

Sou primeira, na verdade terceira
E a relva que antes andava sobre mim
Submete-se à sola dos meus pés
pés de um deus em quase seu dia.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Zapeando

Mudei o canal, estou lá agora, antes estava cá
Pois são muitos, são muitos
Ninguém nessa imensidão vê que eu já tentei
Reunir todos em um, sentir como um
Mas esse sou eu, zapeando pela vida
Parti amor, agora não sou mais eu
Sou aquele que passa logo ali
Ou talvez alguém longe demais
até que me acho as 3 am.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Porque tu pedistes.

Esta tudo bem, pois as dez já chegam
Assim passam as horas contigo
Só nós sabemos nos nossos crimes
Dos nossos erros, não temos desculpas
Mas esta tudo bem, estamos aqui
Porque não fica mais um pouco?
Esta tudo bem, pois as dez já chegam
E vai ser mais um dia longe
Não fará sentido, sem ao cair da lua
Existir você, mesmo que na tela pixelizada
Mesmo que na memória do que aconteceu
O tempo corre mais ainda
E chegam as dez, não quero que vá
Não faz sentido te prender, tu vives aqui
Sentindo tua presença a cada batida do meu coração
Que falha a bater quando não aparece por aqui
Já viste poeta sem sofrimento?
Pois sem você não existiria poeta,
Não porque és o sofrimento,
É porque é boa parte do que me salva
Respirar pode doer menos com você
Já passaram das dez
E você ainda esta aqui, comigo, mesmo longe
Por algumas horas bebo na garrafa vazia da solidão
Por outras, beberei nosso vinho,
Embraguemos nossas almas em pensamentos
Pois o que importam são as perguntas
Por que tens que ir as dez?
Adeus.
Irá voltar amanhã?

domingo, 26 de junho de 2011

É melhor eu parar antes que algo aconteça

É melhor parar agora, estancar a ferida. É melhor eu voltar a me esconder, renascer, voltar a meses atrás e descobrir um mundo totalmente novo. Acabei descobrindo que agora ele é tedioso, já preciso de novos mundos, já preciso de novas ilusões. Uma semana atrás eu estaria desesperado, com medo, mas agora eu fui além disso, eu cheguei à total indiferença, de só pensar se você estará la, querida solidão.
A única medida é cortar logo essa dor, dar-lhe asas para que ela voe em uma eternidade, e que ache outra para atormentar, que ache outro a enganar em dar oportunidades que não deveriam ser as que eu deveria escolher. Porque me mostra tudo tão fácil, mas quando tudo acontece, tudo se torna um monte de nada e eu me perco neste monte, não sabendo de nada.
Por mais que eu ame as perguntas, o nada não me fascina, ele é falta de paixão, humanos precisam da paixão, aquela que lhe guia mesmo que você não queira, eu não digo só amor, mas eu digo amizade, a conversa, eu esta cada vez mais difícil achar a paixão, poucos ainda me restam, pouquíssimos.
Ai esta, sou forte com os outros, mas não sei me ajudar. Talvez por um momento whiskeys e cigarros me ajudariam, depois procuraria algo mais forte, a música ainda me ajuda. Vocês, os poucos que ainda estão aqui, me ajudam. Por favor eu peço, leiam isso e me salvem, pois esta tudo se perdendo e ao mesmo tempo tudo parece melhor do que sempre foi.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Há muito, à qualquer um

Passos firmes, rápidos, graciosos. Movimento metódico de pernas, músculos se contraem e distendem para os passos elegantes da bailarina da vida, baila sobre os salões da humanidade, rodopia por entre multidões presas, e seduz com seu perfume pueril. Os cabelos soltos às costas, como sempre idealizei nos meus sonhos mais românticos, ou pesadelos mais assustadores, aquele que quanto tu ias embora, me deixava caindo sobre uma montanha de nada, montanha de todas as recordações.
Quem diria que por traz de tão jovial sorriso se escondia a maior fortaleza, a qual escalei a cheguei, ao coração daquela moça que passa logo ali, que anda à minha frente ou que eu encaro fitando seus pequenos olhos castanhos, seus lábios delicados. És quase uma fada, enfeitiçaste minh'alma com seu brilho fugaz.
Ah! Recentes lampejos de paixões aos quais me distraem, desgovernam meu navio, tempestade. Levam-me para outro universo, transforma meus quereres.
Mas a realidade ainda esta aqui, eu ainda posso cair no mar, eu não tenho asas para voar. O sonho começa a brotar, te ver, estar, ser. Só sabe-se que tudo tem de ser concreto, não posso voar. Não me leve, não me tire da terra. Agonia. Queria agonia de todas as horas. Distância. Mesmo que não faça sentido, é isso.
Há muito amei, mas à nenhum qualquer darei o amor que sinto por você.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Infinitos quereres.

Molho meus dedos em tudo o que eu quero
Afogo-me nos infinitos hedonismos
Deixo minha alma corrumpir-se pelos desejos do mundo
Me perco, te acho, me quero, te quero.
Quero as notas mais belas hoje
Espero que o garçom traga o copo de bourbon
Quero mais um cigarro, porque esse já acabou
Lá se mais um querer
Andar na velocidade que eu quiser
Não importa, eu sou tudo, eu quero tudo
Não faz sentido, eu não sou nada, mas continuo querendo tudo
Mas que o meu tudo seja nada perto do querer você.

domingo, 5 de junho de 2011

Porque falta coragem

É outono, e nada faz sentindo. Nada nunca precisou fazer sentido algum, muito menos enquanto se corre pelas folhas no chão, ouvindo o leve estalar delas ao chão e seus risos. Sim, eu ainda lembro daqueles dias em que tudo era uma grande verdade, era puro hedonismo, era prazer, era eu junto de você. Agora são só memórias, talvez seja por isso que dói tanto, por serem somente memórias que voltam a todo tempo queimando as feridas que ficaram abertas.
Agora eu quase acredito que as fotos são tudo o que eu posso sentir, mesmo elas machucando, machucam menos do que lhe ver tão longe. Durma bem meu amor, pois hoje pode ser seu dia de realmente deixa minha vida e quando o fizer uma lágrima cairá, a profecia se tornara verdade, não preciso daquilo tudo, não preciso de você, mas queria que você ficasse. Talvez por caprichos de não lhe deixar voar para longe, mas já pensou por um momento que eu sou quem te ama e quem sempre te quer bem.
Não preciso de clichês de inverno para descrever o que é partida, a partida não é como o fim, que pode ser um novo começo, a partida é fugir, partir é ser covarde, é não querer encarar o que tudo é de verdade, viver uma eterna ilusão, eterna enquanto durar. Não há culpados, se quiser apontar culpados, aponte para mim e você mesma, mas aponte mais para mim, eu sempre errei, eu sempre erro, mas acho que é isso que me torna humano para poder sentir.
Mas eu estou aqui, no mesmo canal vivendo meu drama, portanto se quiser voltar, eu agradeceria. Adeus, por agora.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Se for pra sempre..

- Você sabe, pessoas vão e voltam.
- Eu sei, mas mal posso esperar para que elas voltem.
- É só ter um pouco de paciência.
- E tentar mascarar o medo de elas nunca mais voltarem.
- Precisa tanto assim?
- Não se deixa algo que se ama do dia pra noite, deixa-se?
- É, mas tu sabes que voltara.
- Eu não sei, eu só espero. E as vezes, me parece tempo demais.
- Não se pode desistir.
- Eu já desisti.
- Você não pode se livrar de tudo tão fácil assim.
- Posso. E da próxima, se for pra sempre, que seja breve.

terça-feira, 31 de maio de 2011

O preço da pureza

Porque Humberto Gessinger não disse atoa que a dúvida é o preço da pureza, e sim, nessa infinita higway, não tão infinita assim...
Não existe bem e mal na duvida, não existe homem ou mulher, não existe bom ou ruim, não existe eu ou você, não existe nada, existe tudo, existe um ponto de interrogação ou um simples jogo de pronuncia que aprendemos mecanicamente desde a nossa infância, existe somente a duvida. Não há algo mais puro, mais belo que a duvida. Enfim, deus, alah, buda, odin ou até mesmo aqueles longos minutos na esteira me mostraram a perfeição. A duvida, passarei a cultiva-la, como bem mais precioso de minha vida, pois sem ela eu não estaria aqui. Farei orações e ladainhas à duvida, mas qual delas devo fazer? Posso acender-lhe velas Duvida? Oh Duvida! Fale comigo, questione mais uma vez. Quem sou eu? Não sei, é isso que me faz viver....

domingo, 22 de maio de 2011

Rotina.

Abri os olhos. Fechei-os. Abri mais uma vez, tentando fazer dessa a definitiva, abrir os olhos e nunca mais fecha-los. Assim observei a caos, algumas latas jogadas ao chão, papeis amassados jogados por todo o lugar, minhas guitarras espalhadas, arranhadas, sujas e sem vida. Era todo um som sem vida. Ainda no escuro daquele quarto, apalpei a mesa de cabeceira procurando por meus cigarros, peguei-os, acendi mais um, e debaixo do velho lençol fumei mais um, observando a fumaça que surgia da minha face, respirando o veneno que os deuses me proporcionaram por aquele pequeno momento, no caos.
Mais tarde, eu me encontrava no mesmo lugar, na cama, com as mesmas latas, os mesmo papeis, e as mesmas guitarras jogadas, estaria eu tendo lapsos de tempo? Ou estaria preso na minha própria mistura de insônia com insanes que jamais eram algo fixo, fiz o mesmo de antes, acendi um cigarro, fumei-o. Dessa vez eu consegui levantar, peguei a primeira guitarra, o primeiro papel a lata eu deixei pra la, pois já estava vazia, tanto faz. Com a visão ainda embaçada tentei decifrar a emoção naquelas poucas palavras em um azul falhado, onde não dava para distinguir se era você ou eu, se era amor ou dor, se era verdade ou ilusão. Mas eu sabia que era tudo sobre distancia.
Fumei mais um cigarro, pura rotina de acende-los e fuma-los. As vezes até apaga-los antes que chegassem ao final.
Abri os olhos de novo. Amava-me e odiava-me. Abri a janela. Fumei mais um cigarro. Abri os papeis. Tentei algumas notas. Abri a porta da frente. Não havia ninguém. Abri o peito para o ar, eu voei para a eternidade, ou a falta dela.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

A parte

Porque os fantasmas nunca deixam de assombrar suas casas
E aqueles que estariam com você pela eternidade são mais um rosto
Você pode agradecer pelo resto de sua vida por eu não estar mais nela
Nada é como antes, só é parecido.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Suposições

Se ao menos eu sentisse o real frio que esta fazendo la fora, eu saberia do que tanto falam aqui dentro. Se ao menos você ou vocês, ou qualquer um, olhasse com um pouco mais de atenção, veria como a velha senhora. Mas não faz sentido fazer suposições agora, nessa altura da vida, onde já se vão anos de tédio e pseudo-misantropia.
Se ao menos eu fosse um pouco menos controlador, um pouco menos dúctil, porque todo esse poder ostentado por fora não passa de pedaços quebrados, colocados. Se ao menos eu soubesse sobre o que eu estou falando, eu ainda poderia lhe dar alguma explicação, mas nem eu sei. Só o que me move é... não sei.
Se eu menos eu pudesse parar de mentir, fingir que eu ainda sei, o que na verdade não sei. Se ao menos eu pudesse ficar aqui para sempre, esperaçosamente, eu espero.

sábado, 14 de maio de 2011

Coisas soltas presas em uma corrente

... Pois é fácil estar longe quando estas perto demais...
... Porque o que foi não existe mais, só restam risadas...
... Existe algum problema em nos afastarmos?...
... E você que nunca aparece por aqui, no mesmo canal...
... Tenho medo, mas te enganarei mesmo assim...
... E que droga é aquela que eu sinto?...
... As pontas de cigarro e o borrão de café, ele não diz o futuro...
... O passado esta naquele porta retrato, bons tempos...
... Presente, sou eu sentando aqui...
... E novamente o borrão não me mostra nada...
... Passou rápido demais, mais uma dose...
... As luzes se apagaram, posso dormir...
... Só por algum tempo...
... Sem lógica...
... Menor...
... ... ... ...

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Armadilha ND Épico

Um tanto nostálgico, só para relembrar o quanto tudo fazia sentido há anos atrás, e agora não faz mais nenhum. Irônico é pensar que é isso que ainda me faz sentir vivo, a falta de qualquer sentido, a falta de respostas, é cair em armadilhas e me levantar, olhar para ela e dizer "filha da puta", arma-la e deixar o próximo "trouxa" cair. Talvez caiba um conto, tentarei:

" Ele era tão astuto quanto a noite, o pálido matador de lobos, não precisava de muito para abate-los e borrar a neve do vermelho quente que saia depois do estrondo que fazia os pássaros voarem. Tinha sua pele ferida pelas tantas batalhas, seu rosto enrugado por franzir ao olhar da mira, era esguio, porém forte. Montava seu cavalo, e não precisava de muito mais que a coragem e algumas balas para abater toda uma alcatéia. Glória ao Matador de Lobos! Glória à aquele que retira o que Deus criou! Glória! Saudado era pelos camponeses. Hey, senhor Matador de Lobos, existe um grupo atacando minha criação, vá até eles, por favor, lhe dou 100 moedas, não precisa. Com a testa franzida saiu mancando em seu próprio hedonismo de olhar nos olhos do bicho e acerta-lo. Viva! Viva! Viva! Era só mais um dia qualquer, uso repetitivo do qualquer, cruzes! Enfim, andava seguindo os rastros na neve, farejava o perigo de longe, tão longe quanto seus próprios adversários. Vocês não vão fugir, nunca. E então andava mais um pouco, com sua velha carabina preparada. Até avista-lo, o macho alfa, negro contraste com a neve, olhos amarelos que lhe arrepiaram a espinha. Um passo e o bicho sumiu de sua mira, descendo uma elevação, e foi atrás dele, mas acho chegar ao lugar, ele foi pego, haviam muitos deles, negros, brancos, pardos, cinzas, assim como o céu. Não hesitou em atirar mas só acertou a casca dos pinheiros. E encarado por olhares medonhos, sentou ao chão e esperou que pelo menos fossem rápidos. Lentamente o negro lobo aproximou-se, usou sua pata para rasgar-lhe uma das mãos, e logo saiu, junto com os outros. Ele se levantou, fez um leve tornique, e andou de volta para a vila."

sábado, 7 de maio de 2011

Clichês temporais

O tempo passa rápido quando estou com você
Nas noites de insônia ele demora
O tempo acelera com um motor V8
Na simples esperança de estar perto de você
Mas fica tão lento, tão triste
E de olhos fechados eu sonho com você
Daremos tempo ao tempo
Porque ele também existe
Até que rápido demais os pixiels se acabem
E uma mensagem apareça que você se foi
O tempo demora a escolher quando eu estarei com você.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Bem fundo, porém superficial

Perguntei-lhe se eu poderia sentar ao seu lado, era só mais um dia cinza qualquer, em um lugar qualquer. Ele ou ela, que seja, ficava calado, com o olhar baixo, procurando alguma força no balançar das árvores, ou em qualquer outro lugar. E eu, um outro qualquer, observava com toda a intimidade que um olhar pode ter, meus olhos no daquela ou daquela qualquer, e o outro olhar, além do infinito, onde ninguém pode chegar. Mas é assim mesmo, quanto mais longe, quanto mais alto, mais fundo cai, mais longe vai para a escuridão, ou para a luz, fúteis analogias cristãs. E então, eu esperei até aquele simples qualquer levantar, dei-lhe apoio em meus ombros e o levei, como um soldado para fora da trincheira, depois de uma batalha tão longa, qualquer ombro amigo, mesmo de um qualquer é válido. Infelizmente, batalhas deixam cicatrizes que nunca fecham, feridas que continuam sangrando por dentro, que dilaceram a carne enquanto você sorri. Mal de pé aquele qualquer estava e ele caiu de novo, não tinha forças para andar, nem mesmo sob apoio, fiz o meu papel, carreguei aquele qualquer em meus ombros, foi difícil, demônios me tentaram em deixa-lo pelo caminho e seguir com o meu, por que ajudar um qualquer? Mas eu caminhei com ele nas costas, nos ombros, até que ele pudesse dar seus primeiros passos, assim, levei-o para bem longe, onde não havia mais nenhuma batalha, não naquele momento.

sábado, 30 de abril de 2011

Mais de uma semana

Ele sentou, olhou tudo a sua volta. Observou como tudo se tornava tão mais belo na escuridão de seu apartamento, iluminado somente pelas válvulas do velho rádio e a ponta do cigarro ao qual tragava em intervalos quase cronometrados. Ensaiava a tão esperada morte, enquanto a tão esperada morte batia em outras portas, portas que não queriam se abrir. A maior espera é daquele que espera não? Já fazia mais de uma semana em que tudo tinha acontecido, o que tudo na verdade não era mais nada que a mesma rotina, a falta da rotina. Já fazia mais de uma semana que ele achava que a felicidade era o único destino e que ela iria aumentar de acordo com os juros em sua conta bancaria. Sim, mais de uma semana, sem fazer a barba, sem sair de casa por prazer, sem ter alguém em sua casa por prazer, deixou o velho hedonismo de lado um pouco, e o tempo só passava, a angustia crescia de acordo com sua barba, ainda falhada.
Não havia clichês como a chuva batendo na janela, nem mesmo o copo de whiskey, não havia uma musica do Cure ou do Legião Urbana. Havia uma semana que ele não ouvia nada, a não ser o chiado nostálgico do rádio, e eu, todo dia parava la para assisti-lo. E o ouvia falar, como se eu fosse a terceira pessoa, mas eu estava la, por que ele não podia falar em segunda? Tu nunca disseste nada para mim, mas rezava, rezava para que eu o salvasse, ou condenasse. E então, por não falar comigo, passei mais um dia pela sua porta, entrei sem bater e fiquei só observando, pois havia mais de uma semana que poemas eram espalhados pelo chão, acordes tocados e uma voz rouca sussurrava: leve-me, salve-me. E inconscientemente eu lhe salvava, até seu grito ser ouvido...

terça-feira, 19 de abril de 2011

Isso não é um indireta, mesmo que pareça.

Baseando-me em fatos verídicos, mesmo que sejam da minha pobre insane, que por algum tempo tem me deixado em paz, infelizmente. Alias, por que a paz muito incomoda? Enfim, cabe a outro dia, a outra insane escrever sobre isso...
Meus ângulos de visão tem se fechado, não me sinto mais Deus na Terra, existem coisas aparecendo, e não deveriam. Por que um sorriso tem tanta força? Ou eu ainda sou fraco? Depois de tudo.
Não gosto dessa nova temporada, parece um deserto, quente, e que nunca acaba.
Parece uma tortura em meu corpo, e paz na minha mente, não, não quero.
Voltarei, voltarei...
Falta, falta...
Falta frio, falta tédio, falta todos vocês...
Preciso de minha solidão..
Palavras, onde?

domingo, 17 de abril de 2011

No ônibus de 3 A.M.

É correr de tudo, achar um caminho escondido dentro da própria pseudo-embriaguez, fugir dos olhares que te tentam a olhar. Disfarçar a fumaça de um cigarro ruim, encostar na janela, entre a gritaria, fingindo que sabe de tudo.
Então ele finge. Finge como toda a humanidade. Finge se sentir bem, finge que esta tudo bem, finge ouvir a balada do louco, e sonha com a velocidade e sua possível conseqüência, um quarto branco.
Nas asas da noite, silhuetas tomam forma. O cerco se fecha. Um ataque surpresa à tudo e à todos não faria efeito, vai ser tudo lento. Um a um, machucando, quebrando, partindo corações, sem o mínimo remorso, até tudo chegar ao fim. Ser utópico, como sua própria sociedade.
No guardanapo vem escrito com uma letra rabiscada e tremida, a vontade de Deus, na verdade, a vontade de todo mundo. Mais álcool! Mais álcool! E um cigarro ruim pra completar o ciclo.
Tudo isso ele finge ser, conquista com meia duzia de palavras e um sorriso assimétrico.

- Vamos beber mais?

sábado, 2 de abril de 2011

Atras das cortinas.

Essa é a melhor hora da madrugada
É só olhar pela janela do quarto
Pra saber como tudo esta
Não gritem, não demorem
Pois isso pode acorda-los
Chegue rápido, antes que o sol nasça

Entre pela porta dos fundos
Pois quando eles dormem as crianças brincam
Não deixe sujar o carpete de sangue
Pois quando eles dormem as crianças brincam

É só mais um buraco aberto em sua alma
Enquanto as crianças brincam
É só o choro silencioso
Numa demonstração de amor doentio
Morre. E dizem que foi causa desconhecida

Seu corpo conhece a causa
Outro corpo é o veneno

terça-feira, 29 de março de 2011

Corredor da morte.

São mil, milhares, milhões, bilhões se usarmos de um pouco de exagero. Todos eles trancados no mesmo lugar, em um mundo paralelo que só existe dentro das próprias cabeças, na massa cinza em constante impulsos elétricos. Então, ouve-se o barulho dos trincos, cada cadeado que é tirado, o coração dispara ainda mais, não só daqueles que estão na primeiras colocações, marcados para o destino, mas como daqueles que estão mais distantes de tudo. Então cai a primeira corrente, são ouvidos uivos humanos, as mãos putrefatas saem pelas grades que lhes prendem, é um total caos, lindo de ser ver quando se esta de fora. Cai a segunda corrente e o Ele abre a primeira fechadura, o silencio agora é mortal. Mais uma corrente, mais uma fechadura, nenhuma boca se abre, mas balançam as grades como se fossem destruir todo o lugar, mas nunca vão conseguir sair de la sem Ele. Todos ouvem a risada sarcástica, e então ele aparece pela pesada porta de metal, não trajando seu traje habitual, tão retratado em quadros ou na literatura. Então começa o alvoroço, homens e mulheres se espremem querendo uma chance, de fugir de tudo, todos anseiam a luz do sol.
Mas depois do primeiro passo, todos se calam, ele arrasta seu bem feito smoking preto, seus sapatos de luxo, retira seu chapéu, e olha um a um, alguns já estão presos por anos, outros por dias, horas, ou até segundos, depois de um olhar que se encontrou com outro. O olhar felino analisa a todos, junto com seu assistente, que de cabeça baixa anda ao seu lado, então ele escolhe um, na verdade, uma bela moça no fundo de uma das celas, ele abre a porta, pega a pálida mão da garota, e lhe da um beijo nas bochechas, ela esta livre, e talvez feliz para sempre.
É uma longa caminhada até a porta, o assistente, continua de cabeça baixa, esperando sua vez, que nunca vem...

domingo, 20 de março de 2011

A linha tênue entre amor e ódio.

Mil e uma filosofias cabem para falar do ser humano, mil e um exemplos são citados pelos seres humanos, mas eu me sinto tão longe disso tudo. Procure se desvencilhar de todos os sentimentos humanos, deixe todo o niilismo fluir pelas suas veias podres, se sinta superior, assim alimento meu super ego. Agora, olhando la para baixo, eu vejo todos que passam como formigas em um formigueiro, arranjando suas vidas em conjuntos com as outras, é por isso que eu os amo. A queridos humanos, eu os amo. Mas por isso odeio vocês, malditos seres humanos, que me fizeram escolher, entre ser algo totalmente diferente ou estar em cima desse muro, o qual não posso cair para nenhum lado.
Daqui de cima, eu analiso, julgo, sou um Deus. Faço de tudo para controlar suas vidas, uso vocês como meros fantoches para alimentar meu ego. Eu sou a fera e vocês a presa, eu sou o vampiro e vocês o doce sangue que faz meu coração bater mais uma vez. Eu amo, sofro, acabo com a visão turva, e nada mais se acerta, sua culpa. E é assim que nasce meu ódio, de sentir o mesmo que vocês sentem, de ser tocado e ainda me sentir vivo, por ainda sentir o calor de uma pele na minha, é animal. Eu ainda me culpo por querer um beijo, por querer prazer. Ainda me culpo por sentir tudo o que eu não quero sentir. Sou um predador, que morreria por sua presa. Ou talvez só um ser humano com um ego abalado e problemas psicológicos...

Eu nunca vou me livrar disso...

Eu nunca vou deixar de olhar para você, nem mesmo deixarei de ao menos um momento dos meus cansativos dias de pensar em como estas, no que pensa, ou talvez até no que poderíamos estar falando. É como querer estar sempre juntos o tempo inteiro, é diferente de qualquer amor, é diferente de qualquer coisa que eu já tenha sentido, é olhar, e contemplar a criação mais linda da natureza, você. Pra muitos, e que eles se danem, isso só é uma declaração subjetiva, mas pra mim é algo muito maior. É lhe abraçar, sentir saudades, mesmo tendo falado com você a 5 minutos atrás, ter ciúmes idiotas, te encher a paciência, reclamar, fazer drama, e as vezes, dar uns esporros e porradas. De fato, é impossivel viver sem você, impossivel ao menos me mover sem ter uma memória sua em mim, um baita romancismo exarcerbado, inutil, mas tudo o que as mãos do escritor escrevem são verdadeiras, ao menos isso é verdadeiro. Para sempre é pouco tempo para estar com você.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Salada de Frutas (Mais fluidos cerebrais)

É exatamente isso, nada mais
Pegue uma boa dose de albinismo mental
Um baita ceticismo a cerca de tudo
Não deixe um gole etílico de fora, fará mal
Alguma melodia entre a melódica MPB
E o denso obscuro estranho escuro Doom
Quem liga? Nome de CD
Mas já que isso não faz sentido
Tanto faz.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Apaixonado, mas sem amores.

Pode soar no mínimo estranho, absurdo, ou qualquer coisa do gênero, mas saiba que isso nunca se tornou tão real. Posso estar me repetindo, falando sobre minhas novas descobertas ou sobre o submundo, lugar ao qual fica na imaginação dos homens felizes de coração e ruins da cabeça. Mas quem liga? Não tenho amores pra contar, nem amores felizes, com declarações infinitas ou abraços intermináveis, nem a angustia de esperar para falar com a pessoa, sabendo que nunca irá te-la. Só tenho a vida a viver, e disso, só a mais triste tragédia, ou alivio, pode me tirar, mas não falaremos do antídoto dos fortes, como eu costumo dizer.
É irônico olhar para traz, ver tudo o que eu deixei pra traz. Não me arrependo de nada, foi tudo para a o crescimento da alma, da minha pseudo-intelectualidade, ou mesmo da minha falta do que fazer. E é lindo, admirar o que antes era Eros e hoje é o mais puro Ágape, mas eu não disse que não tinha amores? Eterna contradição, eu não tenho Eros, não o conheço faz algum tempo, e mesmo que ele apareça, ignorarei, como todo bom hedonista faz.
E o futuro? O que tens a me guardar Deus? Ou eu diria o simples destino. O que esta escrito, ou o que eu escreverei? Em talvez meus prontuários psicológicos, ou nas linhas rabiscadas de um caderno qualquer, acompanhados de um violão. Afinal, não há mudança, eu ainda tenho o mesmo sonho, felizmente não tenho tempo mais para ele, e me agarrarei à realidade. Não estou em um livro, ou em um filme, muito menos parente influentes e milionários.
Enfim, que a grande duvida tome conta de tudo, e que Ágape nunca se afaste de mim.

Onde ninguém vai.

Pode-se dizer que foi um êxtase, algo muito além do que qualquer ser humano, do que qualquer criatura já deve ter sentido na face da terra, relatarei as partes de que lembro Arthur falando, não é muita coisa, no meio da imensidão de coisas que ele falou uma vez à mim, mas deve ser o bastante para alguém ao menos tentar entender, mas sentir, creio que ninguém vá fazê-lo de novo.

A palavra mais usada foi escuro, escuridão, e coisas do tipo, mas deixe eu explicar, não era a ausência de luz, não somente a ausência de luz, que também se fazia presente, mas também o conjunto de coisas que aconteciam a sua volta enquanto ele respirava o ar pesado, nebuloso, aquele lugar não parecia nem um pouco com os poços de fogo da Bíblia, nem o antro de sexo e drogas que os rockeiros pensavam, era uma sensação de estar realmente embaixo da terra, ser sufocado a cada passo, existia só uma luz que iluminava, e por mais que ele tentasse andar para os lados não conseguia. Só via o chão escuro, cor de asfalto talvez, e a névoa que se fazia visível com a presença da luz que o iluminava por cima, quando olhava para cima, não via nada, mas a luz estava ali.

Descritas já as sensações visuais as quais Arthur passou no começo de sua jornada, posso falar das auditivas e talvez daquelas até que ele sentia em sua pele, no tato. Mas de fato, mal existia o som, parecia algo como a embriagues, quando tudo fica longe de você, não se ouvia os passos, a respiração, nem as batidas do coração, aquilo acabou desesperando o rapaz, que começou a correr por aquele caminho negro. Correndo, correndo, correndo mais, sem chegar a lugar algum. As vezes ouvia vozes, ou pensava ouvi-las, nem ele mesmo sabe ao certo, até hoje, foi umas das perguntas que faltaram ser respondidas. Arthur disse que essas vozes vinham em diferentes linhas, tons, e brotavam da escuridão, passando como uma brisa em seus ouvidos. Só conseguiu distinguir três palavras, de todas as pronunciadas, foram “Bem vindo.” “Escolhido” e “Destino”. Foi assustador, mas já dava pra colocar as idéias um pouco mais no lugar.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

La em cima.

Ele desceu e disse que era tudo mais bonito, que eu deveria aceitar. Eu deveria somente fechar os os olhos e deixar que a brisa carregar-me, deixar fluir. A estranha figura me dava detalhes um tanto exóticos, descrevia tudo com uma mágica no olhar, hipnotizou-me. Perdi a consciência, então esse era o truque, fazer a pessoa vidrar, deixa-la enfeitiçada, logo após, lança-la ao mar da incerteza, onde as almas purgam.
Acordei. Na verdade, não sei ao certo, só sei que eu andava por um caminho escuro, eu não podia olhar para os lados, a luz me cegava, eram só passos sem firmeza, temor. O calor subia, eu não transpirava, mas eu sentia algo queimando por dentro, seria o que chamamos de sexto sentido? Decidi então andar para o lado contrario, o calor aumentava, não importava para onde eu andava, eu só podia seguir a luz que me guiava.
Como num clique, senti o cheiro nauseante, a luz que me cegava desapareceu e uma claridade avermelhada fazia minha sombra dançar, e os demônios se espalhavam pelo lugar, não eram vermelhos, não tinha chifres, não queriam me matar. Agonizavam, queimados pelo calor infernal, literalmente, mortos ou quase.
Segundo todos aqueles domingos na Igreja, o qual o Padre falava e eu voava, sabia que ali era o inferno, ou qualquer que seja o nome. Teria de procurar o Mestre. Não adiantava gritar, ninguém me via, era só uma viajem, era o que eu queria me agarrar.
E depois daquele turbilhão, que pareceu morrer e viver, ressuscitar e morrer de novo. La estava aquela voz, chamando-me, mostrando um caminho, tudo o que eu fazia era continuar, eu era a terceira pessoa, via-me de cima agora. Chegando mais perto, eu só via os olhos felinos e sedutores, entrei no caminho. A porta se fechou. O fogo das velas fazia o caminho mais seguro, composto por pedras milenares. E foi dito " Bem vindo. Essa é sua casa."

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Tudo o que eu deveria dizer, mas seus olhos não deixam.

Paragrafos com declarações, com palavras, contando o tempo e todas as suas artimanhas diante de nossas vidas, diante do trono da humanidade! Escondido, recolho-me a pequenez das teclas para dizer coisas que podem me comprometer, mas eu não ligo, nunca liguei, a verdade nunca esteve escondida, não há como disfarçar.
Enfim, estava tudo tão bom, como num dia de sol e frio, momentos únicos aos quais aproveitei com todo o coração, mas agora tudo esta turvo, faz calor, meus pés doem pisando nas escaldantes areias de um deserto que eu bem sei que não tem fim, mas por que eu não poderia continuar no meu oasis?
Por tudo que aconteceu, que acontece, e acontecerá, eu não posso largar a mão disso, eu nem conseguiria, eu não suporto ver sua queda, e parece que tudo esta sendo consentido por mim, eu só observo, como um ser da noite, que quase não humano, nem ao menos se da o trabalho de dar um passo a frente, só observa, e depois vira as costas, ao som das sirenes, acima das cabeças humanas.
E por que eu não tentei? Me perguntaria para o resto de uma vida inteira, sentaria ao som de melodias menores, um tanto soturnas, talvez eu não me arrependa, mas será uma questão, uma grande interrogação que permanecera na minha mente até os sete palmos da terra, ou o fundo do mar.
Tudo o que eu deveria dizer, eu não consigo.
Tudo o que eu deveria dizer, mas seus olhos não deixam.
Tudo, nada, palavras.
Só um abraço, suas lágrimas.
Comungue comigo tudo isso,
Faça das lágrimas o vinho
E do meu abraço o pão
Alimente todas as pessoas que existem em você
Só isso.
Não há duvida tão grande assim, só certeza, de que se existe um pra sempre, quero estar com você, mesmo que seja num simples gesto, que se lembre de mim.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Mais palavras que talvez façam sentido

A luz passou sobre minha mente
Uma ultima imagem foi vista
Mas não a lembro
Não há mais escuridão
O escuro não significa mais o desespero
A tristeza, nem talvez o medo
Significa o que esta em algum lugar
Perdido entre memórias bagunçadas
Perdido entre feridas fechadas
Essa "inocência", estranheza
Um achar de um mundo novo
Só diria, obrigado.

Palco.

Amei, amei até o ultimo momento a suposta imortalidade, a liberdade, o som, o pulsar das veias e as batidas do coração, aumentando gradualmente, a cada tempo, a cada nota, a cada som, até nas profundas dissonâncias tristes, até nas profundezas da maior alma atormentada. Sobre os efeitos um pouco alcoólicos e da adrenalina, olhava tudo de cima, e clamava com com as voz de um anjo caido, incompreendido, pelas incertezas da escuridão, empunhando de fato algo que em algum pensamento racional poderia-se chamar de guitarra elétrica.
Era tudo um tanto estranho, as coras não se faziam presentes, eram todas borradas, não havia sequencia lógica, toda a lógica por traz de notas e acordes haviam se perdido. Era tudo tão fácil, cristalino, eu lia mentes com um simples olhar, eu amava a todos, o simples amar.
O gozo, o êxtase, o clamor, tudo se chocava contra lágrimas, contra vida, contra o ermo, contra o claro e escuro, contra o entorpecimento, talvez até contra eu mesmo, dormir para sempre em uma imortalidade insana, mas glorificada, mas até tudo ficar longe, tudo foi tomando forma, as cores já estavam em seus devidos lugares, não se ouvia mais a voz dos anjos, já era tudo tão longe, era tudo tão, falso.
Afinal, minha mente ainda me prega certas peças.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Verdade: Nua, Crua e Relativa.

Olá, terceiras pessoas, que suposta mente leriam isso, mas não ligo, minhas folosofices só servem para encher meu ego, enorme e faminto, por cada novo pedaço de chão, chão letrado, articulado, frio, sem sentido, ou escondido. Mas lhe pergunto, caro amigo, cristão ou não, judeu talvez? O que é a verdade? Bastante filosófico para um monólogo essa pergunta. Mas como continuarei conversando comigo mesmo nas próximas linhas, portanto... Olhe pela janela de seu quarto, sala, ou tente achar um ponto fixo para olhar. É onde tu vives? Se for sim, você esta dentro de sua realidade, mas se olhar, para escuridão dessa quente madrugada de janeiro, e não se sentir em casa, bem vindo ao clube. Dai vem a verdade, onde ela está guardada? Existe um só dela? Enfim, responderei a segunda pergunta, pois é menos filosófica, não existe uma só verdade, pelo menos até onde minha verdade vai, entendeu? Caso não, preste atenção, cada ser, cada humano, cada cérebro que ligado por neurônios tem sua verdade, não precisa ser um expert em estudos cognitivos para saber disso (aqui coloco minha verdade como base rs), cada um pensa coisas diferentes, portanto, cabe a cada um respeitar aquilo que o outro pensa, portanto, a verdade de cada um, simples não? Assim poderíamos evitar guerras, brigas e coisas do tipo, mas nós temos necessidade disso, falarei disso em outra oportunidade. Ok, agora a segunda pergunta. Qual era? Aqui estas, "Onde a verdade esta guardada?", amigo, caro leitor, ou talvez, querido extra terrestre que esteja ai, tentando me estudar para me levar contigo em uma viajem pelo universo, lhe digo que se você quer a verdade, pode procurá-la em qualquer lugar, mas só vai achá-la perdida dentro do seu coração. Ergam as suas taças e brindem, pela liberdade de pensamento e pelo respeito! Mesmo isso tudo sendo tão relativo...

Memórias Quase Póstumas.

Era manha, desta vez, não uma manha qualquer, mas a mais especial dela, talvez até a mais simples, mas que continua sendo a mais especial destas minhas oitos (bem vividas) décadas. Isto que escrevo agora e vai fixado junto com meu testamento, não é exatamente um adeus, mas um simples resumo, do dia que comecei a contar, enfim, como eu disse, era uma manha, eu não chegava às duas décadas, se não me engano, era um dia de ir pra escola, daqueles que eu geralmente acordava como se um tank tivesse passado em cima de mim, mas naquele dia, o sol brilhava acima de minha janela, e uma neblina baixa enfumaçava o jardim, fazia frio junto com o maravilhoso sol que brilhava acima de minha cabeça. Enfim, depois de comer qualquer coisa, trilhei meu caminho apé ao colegio, fazia o mesmo frio, e era uma sensação boa. Aquele sol brilhava como meus olhos...