segunda-feira, 21 de junho de 2010

Conversa de Bar.

- Me diga se um dia houve algo pleno? Não sei, realmente não sei. - Sentado na taverna, bebendo um copo de qualquer coisa alcoolica cuspia palavras ao vento. Eu não era um pseudo-deprimido que ficava dizendo que tudo tava ruim e meu mundo ia acabar, eu era um realista, eu encarava o que estava na minha frente, mas minha realidade sempre caia por terra.
- Como ainda tem força para se levantar?
- Força? Não a tenho a muito tempo. A unica coisa que me move é o medo, não o meu medo, mas o medo de ser perdido.
- Eu realmente não sei como consegue viver... - A expressão dele estava mudada, eu sabia que ele temia por mim, mas ele sabia que tambem que não faria nada que fosse contra meus principios, minha moral, o pouco que restou dela.
- Eu só espero que essa vida passe logo, enquanto aqui, eu vivo, ou sobre-vivo.
- Quem realmente é você?
- Sou o poeta das almas perdidas! - Peguei uma caneta e um pequeno pedaço de papel e entreguei ao homem que sentava comigo à mesa. No papel estava escrito:

Forças, não as tenho
Vida, que não ha mais
Passo a vida ferrenho
Acreditando em alegria, jamais.

Levantei-me, sai do bar, uma fina chuva caia sobre meus ombros, quando ouvi uma voz me chamar.
- Agora eu entendo, tinha de ter me dito antes.
- Ja é tarde irmão. - Continuei cantarolando um canção que dizia " E quando uma alma é condenada, ela nunca mais voltara", minha voz ecoava na rua molhada...

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Tragédia Moderna



Escondo-me, não deixo que minha face seja mostrada a luz do sol ou ao reflitir da lua, escondo-me de baixo de um velho carvalho, ao qual ja presenciou todos os meus tormentos. Este carvalho viu-me cavar um buraco debaixo dele, viu eu adentrar dentro dele, como se fosse um casulo, dele um dia espero sair, mas enquanto estou aqui neste mundo onde corvos cantam a melodia negra e os podres humanos comandam, continuo a manter minha máscara. Não ligo ao dizer que uso uma máscara, ao menos sou alguem realista, que não se deixa fantasiar por mocinho ou vilão. Olhando para os lados eu vejo pessoas, eu realmente gostaria de saber se elas usam máscaras tão grandes quanto a minha, ou se elas somente escondem parte do seu íntimo, o qual ninguem nunca revela por inteiro. Nesta máscara que uso existe um aparelho que define tudo o que vou falar, mas nela existem livres aberturas para ouvir e ver aquilo que eu quiser, é só um pano no meu rosto que não deixa as pessoas enxergarem a verdade, a minha verdade, que esta muito bem guardada dentro daquele velho carvalho, onde minhas mémorias são construidas, meu mundo é arruinado e minha vida desfalece... Vidas são fragéis assim.