Mais tarde, eu me encontrava no mesmo lugar, na cama, com as mesmas latas, os mesmo papeis, e as mesmas guitarras jogadas, estaria eu tendo lapsos de tempo? Ou estaria preso na minha própria mistura de insônia com insanes que jamais eram algo fixo, fiz o mesmo de antes, acendi um cigarro, fumei-o. Dessa vez eu consegui levantar, peguei a primeira guitarra, o primeiro papel a lata eu deixei pra la, pois já estava vazia, tanto faz. Com a visão ainda embaçada tentei decifrar a emoção naquelas poucas palavras em um azul falhado, onde não dava para distinguir se era você ou eu, se era amor ou dor, se era verdade ou ilusão. Mas eu sabia que era tudo sobre distancia.
Fumei mais um cigarro, pura rotina de acende-los e fuma-los. As vezes até apaga-los antes que chegassem ao final.
Abri os olhos de novo. Amava-me e odiava-me. Abri a janela. Fumei mais um cigarro. Abri os papeis. Tentei algumas notas. Abri a porta da frente. Não havia ninguém. Abri o peito para o ar, eu voei para a eternidade, ou a falta dela.
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