quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Estragos

De filosofices não sofro mais
Nem as digo mais
Confiar não é mais um verbo ação
Sei que posso machucar pessoas com palavras
Mas não é o que eu mais queria.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Sobre palavras e vida real.

Já dizia um dos meus eu's " Palavras são só palavras, na pratica nunca dão certo", esse eu que eu encarno agora para uma pequena filosofia barata sobre palavras e vida real, mesmo eu crendo que vida real seja algo mais relativo que eu.
A palavras são ditas a todo tempo, ou digitadas como aqui, eu, a primeira pessoa, escrevo aqui, coisas que vem do fundo de minha alma, ou de um lapso criativo que muitas das vezes duras segundos ou somente uma frase, mas posso dizer-lhe que eu quase nenhum lugar as palavras são verdadeiras, assumo-me aqui como falso ativo e passivo, com quase todos os que me cercam, ja deviamos ter depurtado essa visão de que falsidade é ruim, depois dizem que seres humanos são evoluidos, alias, não cabe a mim julgar isso, valores são relativos. Mas o que cabe realmente aqui é a filosofia de que palavras nunca são reais, mesmo que você tente agir como disse, não conseguira.
Portanto, eu sou a pior pessoa do mundo, mas como isso aqui são só palavras, eu sou pior um pouco do que o pior.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Só mais uma.

As correntes machucam os pulsos
Suspenso por Deus acima de um lago de fogo
Os demonios da sociedade clamam por mim
La em baixo tudo é tão colorido, tão quente
Porém o preto e branco daqui me satisfaz
Ainda teria que escolher o caminho
Entre bons e maus, passarei
Entre vida e morte, ja passei
Caio por entre o abismo de fogo
A dor me satisfaz
Não há vida sem dor
Porem chegando a base esta a água fresca
Deliciosa como ela só, é onde tudo acaba.

Dignissima homenagem à tempos que passaram.



Aprendizes, eternos de uma vida que não fazia sentido, que não faz sentido. Que comece então o show, são anjos caídos que gritam do inferno a agonia, a solidão, o amor, o protesto. Entre sustenidos e dissonancias, entre gritos e gemidos abafados de um coração quase não compreendido. O suor, o cheiro do alcool, tudo gira e não há medo de se dizer nada, toca-se uma canção sem sentido, mas que diz tudo pra mim. A estridencia da guitarra, seu peso, sua magnitude nas mãos do poeta, o pulsar do baixo, acelarando nosso coração, o rufar da bateria, cruel, agressiva, surreal. Então é ouvida a voz que se auto-proclamam idiota, aquela que geme dentro de uma caixa em forma de coração, e tudo se destrói, tudo vira um, não há mais vazio e inteiro, existe o som, que voa por entre os ouvidos loucos de uma multidão, sobre cabelos longos e roupas enfarrapadas, inundando com sua surrealidade. Então espere, eu tenho uma nova reclamação, por que tudo tinha de acabar com uma velha espingarda?

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Melhor junto.

Eu poderia muito bem andar sozinho
Nessa estrada de poeira do deserto
Mas ao fundo da "rota sem fim"
Vejo seu semblante
Agora o surreal toma conta de mim
Sem muitas palavras pra dizer
Completo tudo com o preto e o branco
Junto com o laranja da terra
À mão livre torno tudo mais proximo
E sua vista é como ver alguem de verdade
É como eu alienigina ver Deus, a passar a crer nele.

Escuridão

Espere irmão, a cortina ja vai fechar
Sobre um lindo céu sem estrelas
O véu vem e retoma o pranto das damas
Retira o chapéu dos cavalheiros
Entretanto não há nada mais
Agora são todos iguais.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Circulo vicioso de uma menta vazia.

A repetição faz o tédio, o vazio se preenche com o nada, e a luz do sol ja não ilumina mais nada. Mas ele sempre estava de pé, talvez por pura fraqueza de não fechar as cortinas de sua existencia, mas ele sempre estava de pé. E suas questões se faziam mais fortes a cada momento em que a luz digital iluminava o quarto e só avistava a sombra de porta retratos, onde sorrisos forçados eram mostrados, olhava para eles, procurava um sentido, mas sabia que nunca existiu um sentido. Em seus dias mais agonizantes, analgésicos mantinham-o vivo, na verdade, menos morto. No resto dos dias fazia piadas e sorria, sorria da sua própria condissão, que lhe obrigava a aceitar tudo aquilo como corriqueiro, como normal.
E como onda tudo se tornava turvo, ermo, bebado. Sua visão depurtada por umas simples doses de um audio que ao menos tranquilizava, eram varias cores no preto e branco, varios sons no silencio de uma noite, varios pensamentos circulares em uma mente vazia. Enorme montanha russa.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Entre céu e inferno..

Eu prefiro ficar por aqui mesmo - Sempre dizia isso, esperando alguma reviravolta na sua teoria de vida, que não era muito boa por sinal. Sorvia das embriagadas noites de sábado, sobre um esfumaçado ambiente, ao som de desafinos gritantes que rasgavam seu concentração, fixa nas formas distorcidas pelo seu Malboro. Aguardava sentada em uma das cadeiras qualquer, velhas e sujas, recostado em uma parede, bem acima de sua cabeça um poster de Cobain, nada mais clichê. Esperava só os primeiros raios de sol aparecerem sobre o enegrecido céu para voltar à rotina, ficava observando tudo, e eu o observava. Eu olhava tudo de outro canto qualquer, mas com o mesmo ponto de vista do rapaz que ficou conhecido por mim como Garoto de Xadrez, era uma mutua atração, de almas que tem o mesmo anceio, na verdade, de almas que não tem anceio nenhum. Penetrou então sobre a penumbra uma garota que, de principio, não chamaria a atenção de ninguem, a não ser minha e dele, mas estava evidente que ela não era qualquer uma que ia em um bar beber e achar um rockstar falido para transar essa noite, e tambem não era uma prostituta a procura de uma vitima para seu suborno por sexo. Fui até o balcão buscar mais uma dose de qualquer coisa, estava tudo começando a ficar bom, mais brilho, mais sombras ao andar. Sentei-me sobre o banco desconfortavel e de outro lado o Garoto de Xadrez me observava, a voz rouca e a melodia soturna que vinha do palco criava um clima ideal para algo forte, pedi whiskey, whiskey para um condenado à vida eterna! A gorota, a qual chamava Joss sentara do meu lado, observava com pespicacia as garrafas pela metade sobre a pratileira, então pedi uma dose para Joss.
- Não, obrigado. - Respondeu com secura, sua voz que ao mesmo tempo doce era rouca, amargaurada.
A ardencia pela garganta, o gemido abafado, tudo roda, a cabeça dói, mas continuo sentado no banco ao lado da garota, que agora me parece mais bela do que a primeira vez que a vi.
O Garoto de Xadrez então toma o microfone no palco, e começa uma conhecida canção, as notas desafinadas passam pelo lugar, a voz de um anjo incompreendido soa pelas velhas caixas de som, e tudo se torna preto e branco enquanto vejo todos presos em uma caixa em forma de coração.