segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Palco.

Amei, amei até o ultimo momento a suposta imortalidade, a liberdade, o som, o pulsar das veias e as batidas do coração, aumentando gradualmente, a cada tempo, a cada nota, a cada som, até nas profundas dissonâncias tristes, até nas profundezas da maior alma atormentada. Sobre os efeitos um pouco alcoólicos e da adrenalina, olhava tudo de cima, e clamava com com as voz de um anjo caido, incompreendido, pelas incertezas da escuridão, empunhando de fato algo que em algum pensamento racional poderia-se chamar de guitarra elétrica.
Era tudo um tanto estranho, as coras não se faziam presentes, eram todas borradas, não havia sequencia lógica, toda a lógica por traz de notas e acordes haviam se perdido. Era tudo tão fácil, cristalino, eu lia mentes com um simples olhar, eu amava a todos, o simples amar.
O gozo, o êxtase, o clamor, tudo se chocava contra lágrimas, contra vida, contra o ermo, contra o claro e escuro, contra o entorpecimento, talvez até contra eu mesmo, dormir para sempre em uma imortalidade insana, mas glorificada, mas até tudo ficar longe, tudo foi tomando forma, as cores já estavam em seus devidos lugares, não se ouvia mais a voz dos anjos, já era tudo tão longe, era tudo tão, falso.
Afinal, minha mente ainda me prega certas peças.

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