terça-feira, 29 de março de 2011

Corredor da morte.

São mil, milhares, milhões, bilhões se usarmos de um pouco de exagero. Todos eles trancados no mesmo lugar, em um mundo paralelo que só existe dentro das próprias cabeças, na massa cinza em constante impulsos elétricos. Então, ouve-se o barulho dos trincos, cada cadeado que é tirado, o coração dispara ainda mais, não só daqueles que estão na primeiras colocações, marcados para o destino, mas como daqueles que estão mais distantes de tudo. Então cai a primeira corrente, são ouvidos uivos humanos, as mãos putrefatas saem pelas grades que lhes prendem, é um total caos, lindo de ser ver quando se esta de fora. Cai a segunda corrente e o Ele abre a primeira fechadura, o silencio agora é mortal. Mais uma corrente, mais uma fechadura, nenhuma boca se abre, mas balançam as grades como se fossem destruir todo o lugar, mas nunca vão conseguir sair de la sem Ele. Todos ouvem a risada sarcástica, e então ele aparece pela pesada porta de metal, não trajando seu traje habitual, tão retratado em quadros ou na literatura. Então começa o alvoroço, homens e mulheres se espremem querendo uma chance, de fugir de tudo, todos anseiam a luz do sol.
Mas depois do primeiro passo, todos se calam, ele arrasta seu bem feito smoking preto, seus sapatos de luxo, retira seu chapéu, e olha um a um, alguns já estão presos por anos, outros por dias, horas, ou até segundos, depois de um olhar que se encontrou com outro. O olhar felino analisa a todos, junto com seu assistente, que de cabeça baixa anda ao seu lado, então ele escolhe um, na verdade, uma bela moça no fundo de uma das celas, ele abre a porta, pega a pálida mão da garota, e lhe da um beijo nas bochechas, ela esta livre, e talvez feliz para sempre.
É uma longa caminhada até a porta, o assistente, continua de cabeça baixa, esperando sua vez, que nunca vem...

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