sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Três Pontos
sábado, 25 de dezembro de 2010
Realidade.
Não era uma noite tão diferente das outras, parecia tão normal quanto, no mais, era só um ano que deixava de existir e o começo de outro, datas fúteis que seres humanos celebram. Segundo, minutos, horas, dias, meses, anos... Todos sem sentido algo, mas eu estava naquele lugar, cercado por um mar de gente, um pingo em meio a sorrisos alcoolizados e casais apaixonados. Procurando por um lugar menos agitado, achei um canto escuro à beira do rio, parecia convidativo para dias de solidão, mas naquele dia, mesmo estando junto à pessoas que eu realmente gostava, e que até amava, aquele canto me convidou, e as palavras fluíram de modo natural, alias, já tinham se acostumado às minhas insanes nesses tempos.
- Vamos ali um pouco? Indaguei com a minha face original, como eu disse, perguntas estranhas e palavras sem sentido eram normais para mim.
- Por que? Com um expressão estranha, ela perguntou.
- Sei La – Disfarcei com um sorriso – Rapidinho. – Sorri de novo.
Ao chegar ao tão esperado “canto” vi que não se passava de um lugar qualquer, que eu já tinha visto, e até ficado ali por algum tempo, mas, daquela vez parecia um tanto especial. Eu admirava as estrelas de modo fascinado, até que a voz suave, porém, transtornada cortou o pseudo- silencio.
- Por que estamos aqui ou? – Sua informalidade já era uma marca registrada.
- Não sei, só foi algo que eu quis fazer, só mais um pouco desse silencio pessoal, ok?
- Ta ué! – Sorriu de um jeito até sem graça.
Minha atenção logo retornou para as estrelas, que brilhavam de jeito diferente, eu nunca tive fascínio por elas, mas naquele dia, elas tinham se tornado quase uma razão para estar ali, até que vi uma delas, que pareceu dar uma piscadela para mim, digo como se ela fosse uma pessoa, baita insanidade!
- Viu aquilo? – Perguntei, ainda querendo saber se eu tinha visto algo.
- Viu o que?
- Nada, vamos encontrar o pessoal.
Depois daquele momento, eu sabia que era real.
sábado, 18 de dezembro de 2010
Cartas ao vento, garrafas ao mar.
domingo, 12 de dezembro de 2010
O que eu poderia dizer?
terça-feira, 16 de novembro de 2010
A dança.
Em tons de vermelho, verde, azul, violeta. No pálido branco da lua que iluminava aquele jardim, era madrugada, não posso situar a hora exata, pois também não vem ao caso, via-me como um ser esfarrapado, vestido com a mesma roupa de sempre, eu não estava em meu corpo. Uma bad trip proporcionada pelo meu excesso de álcool é o que a maioria dizia, mas eu tinha certeza que não, era algo que me fazia aproximar de Deus, de algum Deus, talvez de mim mesmo, o Deus dos Deuses. Ouvia-se a melodia que vinha do baile da casa que estava logo atrás de mim, e eu sussurrava a leve melodia, as cordas traçando melodias menores, que contrastavam com o olhar jovem a chorar na varanda. E eu repetia as mesmas palavras “Onde estas? Onde estas?” Mas não havia essência, a não ser naquela garota que chorava, era tudo vazio, inclusive meu corpo, que caído na grama eu via, eu voava. Existia algo no meu coração, digo, em minha mente, não há motivos para tantos romantismos para se falar em coração. Então, aproximei-me da garota que chorava, eu não conseguia tocar a pele, não conseguia enxugar suas lagrimas, essa noite eu dançaria sem você, dançaria com meu próprio corpo.
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Estragos
Nem as digo mais
Confiar não é mais um verbo ação
Sei que posso machucar pessoas com palavras
Mas não é o que eu mais queria.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Sobre palavras e vida real.
A palavras são ditas a todo tempo, ou digitadas como aqui, eu, a primeira pessoa, escrevo aqui, coisas que vem do fundo de minha alma, ou de um lapso criativo que muitas das vezes duras segundos ou somente uma frase, mas posso dizer-lhe que eu quase nenhum lugar as palavras são verdadeiras, assumo-me aqui como falso ativo e passivo, com quase todos os que me cercam, ja deviamos ter depurtado essa visão de que falsidade é ruim, depois dizem que seres humanos são evoluidos, alias, não cabe a mim julgar isso, valores são relativos. Mas o que cabe realmente aqui é a filosofia de que palavras nunca são reais, mesmo que você tente agir como disse, não conseguira.
Portanto, eu sou a pior pessoa do mundo, mas como isso aqui são só palavras, eu sou pior um pouco do que o pior.
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Só mais uma.
Suspenso por Deus acima de um lago de fogo
Os demonios da sociedade clamam por mim
La em baixo tudo é tão colorido, tão quente
Porém o preto e branco daqui me satisfaz
Ainda teria que escolher o caminho
Entre bons e maus, passarei
Entre vida e morte, ja passei
Caio por entre o abismo de fogo
A dor me satisfaz
Não há vida sem dor
Porem chegando a base esta a água fresca
Deliciosa como ela só, é onde tudo acaba.
Dignissima homenagem à tempos que passaram.
Aprendizes, eternos de uma vida que não fazia sentido, que não faz sentido. Que comece então o show, são anjos caídos que gritam do inferno a agonia, a solidão, o amor, o protesto. Entre sustenidos e dissonancias, entre gritos e gemidos abafados de um coração quase não compreendido. O suor, o cheiro do alcool, tudo gira e não há medo de se dizer nada, toca-se uma canção sem sentido, mas que diz tudo pra mim. A estridencia da guitarra, seu peso, sua magnitude nas mãos do poeta, o pulsar do baixo, acelarando nosso coração, o rufar da bateria, cruel, agressiva, surreal. Então é ouvida a voz que se auto-proclamam idiota, aquela que geme dentro de uma caixa em forma de coração, e tudo se destrói, tudo vira um, não há mais vazio e inteiro, existe o som, que voa por entre os ouvidos loucos de uma multidão, sobre cabelos longos e roupas enfarrapadas, inundando com sua surrealidade. Então espere, eu tenho uma nova reclamação, por que tudo tinha de acabar com uma velha espingarda?
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Melhor junto.
Nessa estrada de poeira do deserto
Mas ao fundo da "rota sem fim"
Vejo seu semblante
Agora o surreal toma conta de mim
Sem muitas palavras pra dizer
Completo tudo com o preto e o branco
Junto com o laranja da terra
À mão livre torno tudo mais proximo
E sua vista é como ver alguem de verdade
É como eu alienigina ver Deus, a passar a crer nele.
Escuridão
Sobre um lindo céu sem estrelas
O véu vem e retoma o pranto das damas
Retira o chapéu dos cavalheiros
Entretanto não há nada mais
Agora são todos iguais.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Circulo vicioso de uma menta vazia.
E como onda tudo se tornava turvo, ermo, bebado. Sua visão depurtada por umas simples doses de um audio que ao menos tranquilizava, eram varias cores no preto e branco, varios sons no silencio de uma noite, varios pensamentos circulares em uma mente vazia. Enorme montanha russa.
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Entre céu e inferno..
- Não, obrigado. - Respondeu com secura, sua voz que ao mesmo tempo doce era rouca, amargaurada.
A ardencia pela garganta, o gemido abafado, tudo roda, a cabeça dói, mas continuo sentado no banco ao lado da garota, que agora me parece mais bela do que a primeira vez que a vi.
O Garoto de Xadrez então toma o microfone no palco, e começa uma conhecida canção, as notas desafinadas passam pelo lugar, a voz de um anjo incompreendido soa pelas velhas caixas de som, e tudo se torna preto e branco enquanto vejo todos presos em uma caixa em forma de coração.
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
8 ou 80
Risos e amores de uma semana ou duas
Verdinhas para um mundo melhor correto?
E agora caos e ruas sujas
No escuro vejo gladiadores cinzas
Lutando pela voz de uma nação
Mundo onde possibilidades são finitas
Vou guardar minha parte do próximo mensalão
Humanos, onde estão?
Até parece que eu não sou um
Mas ao meu ver sou o pior de todos.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Falta de saber.
domingo, 19 de setembro de 2010
Enfim de volta.
Não quero mais voar
Mundo real, onde estas?
Enfim, isso soa clichê
Tão clichê quanto minhas lágrimas de sangue.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
O Virus.
Atravez da janela do quarto eu só podia ver ao longe as montanhas, tão verdes como só elas podiam ser, e o horizonte, que sempre era azul, as vezes com nuvens, as vezes sem. Se minha velha memória não falha eu era moço ainda, de pouca idade, tinha quase nada que pudesse hoje fazer um moço feliz, mas o "nada" ja era tudo, eu tinha um sorriso, um violão velho e a visão da janela do meu quarto. Então, em um dia, decidi sair de casa, deixar as velhas notas para traz, a visão da janela de lado, resolvi olhar com outros olhos para o mundo, ao ver aquelas montanhas eu via uma barreira à escalar, eu via uma montanha a derrubar, eu achava que tinha algo depois delas, realmente e infelizmente tinha. Sendo assim, coloquei minha melhor roupa e munido somente de algumas palavras, que nem eram boas, fui até a montanha. No caminho eu passei por algumas dificuldades, andei bastante, quebrei pedras pelo caminho e levei-as nos ombros, ao chegar la, despejei tudo em cima dos grandes homens que guardavam o caminho, nada aconteceu, então, eles com aquelas palavras frias como o vento gélido do Alaska me disseram que aquele era caminho de poucos e que até aquela hora eu não tinha permissão de passar. Tomei outra estrada, essa foi bem facil de chegar ao outro lado, mas ao chegar ao outro lado das montanhas, eu vi uma cidade abastada, uma cidade embidecida em uma peste, zumbis erguendo bandeira sem saber o que estavam fazendo, Óh Deus, exclamei, e disse à mim mesmo (pois todos os outros eram zumbis) que nunca iria me tornar como eles, ao olhar ao horizonte não vi o céu azul, mas sim um céu verde, com um rosto estampado, era algo medonho, o contraste entre o cinza da cidade e o verde do céu, onde números e rosto de pessoas "importantes" se misturavam, mesmo com minha jovinal coragem eu tinha medo. Andei portanto pela cidade, tentando alcançar o final dela, la estava o que eu procurava, onde desembocava todo o verde, toda a beleza e todo o prazer. Mas não consegui, ceguei - me por olhar demais, à lugar nenhum, na verdade, tinha um lugar, o final da cidade, mas quanto mais eu andava, mais longe ficava, meu desespero tremendo deixou minha carne exposta ao virus, minha carne que antes reluzia no cinza se tornara exatamente como ele, e logo o virus atacou com mais força, fazendo de mim logo um dos zumbis, mesmo assim eu ainda tinha uma parte jovem, daquele garoto que olhava pela janela, então não parei, ja que eu ja estava contraido pelo virus, decidi me impregnar mais dele, mas não fui forte para usar dele para minha morte, e assim tornei-me o que sou. Até hoje uso do Virus, a cada dia ele cresce mais em mim, a cada dia eu vejo pessoas passando em seus helicópteros para o que nós, aqui, chamamos de paraiso, mas como nunca estive la para saber, prefiro ficar por aqui mesmo, no meu mundo cinza, algumas vezes a luz entra pela janela, e me torno aquele garoto denovo, só mudam duas coisas: As rugas no rosto, e a visão, não vejo mais o céu azul, agora eu só vejo os zumbis se matando, e aqueles que tiveram uma "overdose" do Virus ficam de camarote olhando pelas janelas dos cinzas prédios...
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Devaneios.
Onde eu fui parar nisso tudo?
Minhas mudanças vieram com o tempo
Mas eu sou o mesmo
Só o mesmo.
O contraste de escuro e claro
Não faz mais sentido
Pois meus olhos ja estão fechados
Fui cegado
Talvez mais um dos meu devaneios
É assim em todas as meias-noite
Sera que ainda estou vivo?
Minha armadura caiu
Sinto o gelo frio da noite
Talvez o etilico não sirva mais pra nada
Só uma bobeiras adolecente
Em busca de prazer,somente
Em busca de minhas conquistas
Meu jogo sujo continua
Poderia culpar a todos por eu ser assim?
Fui cegado
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Versos Para Mim Mesmo
Alucinantemente dói
No espelho vejo algo sem vida
Preto no branco, ausência de cor
Eu sei que te perdi em algum lugar
Oi, meu eu lirico esta aqui
Mas onde eu estou?
Talvez seja mais uma face
Meus delirios não poderiam ser menores
Tédio, rotina, medo, falta de calor, humanos.
Minha cabeça dói
Alucinantemente dói
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Igual.
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
E quando eu fizer dezoito
Pesando que eu sempre continuaria daquele jeito
Mais uma vez enganado
Acho que agora só torço pra não mudar
Mas sei que mais uma vez
Vou ver um passado ridiculo
E quando eu fizer dezoito, nada vai mudar.
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Humaníssima Trindade - Piano, Ilusão, Alcool. - I
Arthur Sagioli de Souza, finos traços europeus, terno de corte simples, chapéu. Talvez seus três nomes o descrevessem muito bem, Arthur aquele que gostava de alcool, hedonista, triste por nunca alcançar o que quer. Sagioli, de seu pai, sargento da colnia, postura rigida, comportamentos corretissímos, mas coração mole. Souza, sorriso, somente um sorriso cativante. Esse era ele quando sentou-se no piano, uma ilusão transparecida nos olhos, uma postura rígida e um sorriso irônico que não saia de sua face, nem mesmo nas piores situações, achava tão cômico como tudo conspirava contra o próprio, mas não tinha tempo para devaneios românticos naquela época, seu realismo o guiava para um bar ao crepúsculo, uma prostituta à madrugada, uma ilusão ao amanhacer. Então, voltando ao piano, pediu licensa ao Sr. Manuel, seu conhecido desde os tempos de garoto, sentou-se ao velho piano que ficava encostado em um dos lados do ermo bar, uma luz morta mal iluminava o lugar, pediu a primeira dose. Ja ao piano tocou notas menores enquanto os poucos enamorados se deliciavam com as fnebres notas que saiam de seus frios dedos, em sua cabeça versos circulavam, então, entoou versos, que depois mesmo chamou de Homem-Que-Não-Sonha, versos sobre sonhos não formados, sobre decepções e ilusões. Sorveu sua dose de bebida, Arthur Sagioli de Souza poderia ser um beberrão, um Lobo da Estepe, mas sempre mantinha os bons modos, em sua postura única, como uma estátua de cera ao piano começou mais uma das suas músicas, mantinha-se impassível, a não ser seus olhos, de que saiam invisíveis lágrimas à um observador não atendo, mas eu percebi. Logo que sorveu da segunda dose levantou, comprimentou Sr. Manuel com um sorriso doce, dos mais sinceros, ele mesmo dizia " Amo a poucos, mas dos que amo sempre vou fazer do melhor, mesmo que sabendo que vou machuca-los por vezes ou outras.". Saiu pelo porta, sumiu à escuridão.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Do Que Vale.
Agora me pergunto se eu sei amar
Sera que tudo o que eu senti foi mentira?
Sera que eu queria era mesmo aprisionar alguem pra mim?
Meu egoismo me impediu de compartilhar.
E agora?
Do que vale sofrer pelo o que eu chamava de tanto
Sendo que agora o que resta é só um aperto no peito
Vendo que o amor sempre esteve à milhas daqui.
domingo, 18 de julho de 2010
Talvez.
Relativismo. Eterno? Talvez.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Saida do meu inferno particular.
Enfim fora de lá. Devo dizer que minha estadia foi no minimo tediosa e interessante. No meu inferno não há fogo, não ha demonios, não há nada que me assuste tanto quanto a própria vida. Posso até dizer que meu inferno foi o paraiso, nele descobri mais coisas, abandonei velhos vicios, tirei a coberta de várias memórias. O portão foi aberto e voltei para isso aqui, voltei para um mundo onde eu sou o pior da raça, ou devo dizer o melhor? Pelo menos não engano como um falsa samaritano, adimito minha posição de canalha, de quem trai e mente. Aquele que é egoista, mas só não morre por pessoas. Contraditório. Como o amor transforma o meu egoismo em um simples pensamento inutil que sai logo de minha cabeça. Se um dia eu apontar o culpado, vou ajuelhar-me à frente do juri e dizer " Fui Eu!", até ai esperarei a minha condenação, a pena maxima, na opinião deles, mas na minha seria um simples incidente. Mas não se engane, ainda existe algo em mim, sarcamos, opiniões formadas, algumas memórias, muito egoismo e um amor quase infinito. Triste amor.
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Conversa de Bar.
- Como ainda tem força para se levantar?
- Força? Não a tenho a muito tempo. A unica coisa que me move é o medo, não o meu medo, mas o medo de ser perdido.
- Eu realmente não sei como consegue viver... - A expressão dele estava mudada, eu sabia que ele temia por mim, mas ele sabia que tambem que não faria nada que fosse contra meus principios, minha moral, o pouco que restou dela.
- Eu só espero que essa vida passe logo, enquanto aqui, eu vivo, ou sobre-vivo.
- Quem realmente é você?
- Sou o poeta das almas perdidas! - Peguei uma caneta e um pequeno pedaço de papel e entreguei ao homem que sentava comigo à mesa. No papel estava escrito:
Forças, não as tenho
Vida, que não ha mais
Passo a vida ferrenho
Acreditando em alegria, jamais.
Levantei-me, sai do bar, uma fina chuva caia sobre meus ombros, quando ouvi uma voz me chamar.
- Agora eu entendo, tinha de ter me dito antes.
- Ja é tarde irmão. - Continuei cantarolando um canção que dizia " E quando uma alma é condenada, ela nunca mais voltara", minha voz ecoava na rua molhada...
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Tragédia Moderna
Escondo-me, não deixo que minha face seja mostrada a luz do sol ou ao reflitir da lua, escondo-me de baixo de um velho carvalho, ao qual ja presenciou todos os meus tormentos. Este carvalho viu-me cavar um buraco debaixo dele, viu eu adentrar dentro dele, como se fosse um casulo, dele um dia espero sair, mas enquanto estou aqui neste mundo onde corvos cantam a melodia negra e os podres humanos comandam, continuo a manter minha máscara. Não ligo ao dizer que uso uma máscara, ao menos sou alguem realista, que não se deixa fantasiar por mocinho ou vilão. Olhando para os lados eu vejo pessoas, eu realmente gostaria de saber se elas usam máscaras tão grandes quanto a minha, ou se elas somente escondem parte do seu íntimo, o qual ninguem nunca revela por inteiro. Nesta máscara que uso existe um aparelho que define tudo o que vou falar, mas nela existem livres aberturas para ouvir e ver aquilo que eu quiser, é só um pano no meu rosto que não deixa as pessoas enxergarem a verdade, a minha verdade, que esta muito bem guardada dentro daquele velho carvalho, onde minhas mémorias são construidas, meu mundo é arruinado e minha vida desfalece... Vidas são fragéis assim.
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Mundo Real.
- Olá, bem vindo ao clube.
Foi assim que a senhora abriu a porta para mim, não me parecia um lugar muito amigável, mas tudo estava no meu subconciente, eu tinha de enfrentar meu medo e entrar por aquela porta, não acontecerá nada demais, eu mesmo repitia para o meu pensamento, achava eu que não aconteceria. Aquele eu podia dizer que era o mundo real, porque crer num mundo onde todas as pessoas ditam as regras? Aquele era meu mundo, o real, onde só eu habitava, onde eu era o protagonista, onde tudo era como eu queria. No meu mundo real todos meus idolos estavam la, as pessoas que eu não gostava simplesmente não estavam, todos me amavam, não precisa de atenção, não precisava usar uma mascara para viver la, eu simplesmente podia expressar o que eu sentia. La não existiam linhas imaginarias no chão por onde eu não podia passar, mas como nada é perfeito, como tudo o que eu criava era sonho ou utopia, eu acordei, mais um dia de rotina, mais uma grande onda de energia ruim. Depois de tudo acontecer, depois de todos os sonhos desaparecem voltei ao meu mundo, o meu mundo. Bem vindo ao meu mundo.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Memórias e Histórias.
I - Egocentrismo.
Digo-lhe que sou cheio de nãos, não sou muitas coisas as quais a população aceita como padrão e adimira, não nasci para ser herói e muito menos mudar o mundo, mesmo tendo vontade de fazê-lo, mas, partir para inúmeras negações que eu poderia escrever aqui não são o ponto chave, alias, não existe uma chave, digamos que eu seja como uma máquina, uma máquina maluca que a cada dia muda sua senha de acesso, por esse motivo já pensei muitas vezes em ir a psicólogos ou acabar com minha própria existencia, porém as duas seriam alternativas covardes, que, mesmo eu me achando um, não as faria por motivos de um singular caráter que adiquiri durante o tempo.
Existem três tipos de pessoas, as que se destacam na mulditão, aquelas com talento, beleza ou muito dinheiro. As que são mais uma na multidão, os "normais", que não são nessessariamente massificados, mas não são nada demais digamos assim, e aqueles que somem em meio a multidão, os que não são reconhecidos mas reconhecem a todos, este último criei para enquadrar minha propria espécie. Ainda não há denominei, e nem tenho planos para isso, pois somos uma espécie tão vasta mas tão pequena ao mesmo tempo que não se pode ao menos criar um padrão.
Voltando à minha vida, que aliás, a mesma foi cheia de antiteses, a felicidade era a triteza, o amor me fazia sentir odio de mim mesmo, palavras eram mudas e olhares eram palavras, nada como isso para confundir qualquer mente que estivesse ao menos sã. Muitos disseram que isso logo iria passar, é só a adolecencia, diziam os mais velhos e comentavam pelos cantos sobre como eu andava estranho. Não ligava para o que as pessoas falavam, essa era uma caracterista que talvez muitos da minha espécie tenham. Compreendem ideias opostas mas seguem as suas proprias, não banalizam qualquer tipo de opinião, pois ela será construtiva para construir a sua própria. Por motivos escolares e familiares, podemos dizer que muitas vezes me chamavam de filosofo ou intelectual, mas de longe era um dos dois, aliás não queria ser, foi de muito se pensar que cheguei a conclusão que não era nada e ao mesmo tempo era eu, o Eu que coloco com letra maiúscula pois não ha nenhum corpo dotado de tantas almas como o meu próprio.
Foi olhando antigos textos gravados em páginas de caderno que achei algo que escrevi sobre oportunidades, as quais ficava atento, mas não tanto como eu poderia ter atentado.Devo adimitir que sempre fui humano, traiçoeiro e aproveitador como todos, por isso não considero as atitudes recorrentes à leitura desse texto certas ou erradas, até porque isso é relativo demais.
Dizem que um só sorriso, palavra ou atitude pode mudar a vida de alguem, não discordo, mas as minhas próprias palavras mudaram a forma de pensar sobre o que eu deveria fazer, deixar o estático de lado, parar de escrever páginas para depois apagá-las, formando uma enorme pilhas de folhas em branco, logo comecei a preencher minha vida com devaneios de uma mente perturbada.
Continua.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Rockstar Goodbye.
Vivi sempre uma vida desregrada, sem ao menos me importar com o que aconteceria comigo nestes anos, curtos anos, que abusei de drogas, orgias e brigas. Não há como estipular um real começo, mas sim o fim, ele esta aqui, ao meu lado, semoente esperando eu dar-lhe a mão e caminhar para o tunel, o que tenho medo é da luz que estara ao seu fim, céu ou inferno? Pode tambem não haver tunel nenhum. Porém, não me arrependo de nada, tudo o que aconteceu foi para a construção de um ser: eu, mesmo assim, devo desculpas a algumas pessoas, desculpem-me meus amigos, por deixar vocês aqui sozinhos, deculpe Tommy, meu filho, por não ter podido lhe ensinar tudo o que sei, desculpe-me Victorya, deixa-la à beira deste mundo não era a minha intenção. Devo-lhes dizer meus caros, que paguei um alto preço pela vida e agora sorvo meu ultimo copo de whiskey enquanto a morte vem lentamente retirando minha essencia, que o tempo feche as feridas, silencie o pranto de todos que me chamaram um dia de amigo, pai, amor, idolo ou até filho da puta.
In Memorian of Jimmy " The Reverend" Owen Sullivan.
terça-feira, 25 de maio de 2010
Memórias Mortas
Sempre tive muito medo do que me fascinava, procurava me manter longe, pois eu sabia que em algum dia me sentiria tão atraido que não conseguiria pensar, não conseguiria resistir à tentação que seria ficar perto de algo sublime, e quanto mais meu navio se afundava, mais a morte me fascinava, eu não a encarava como um fim, mas tambem não acreditava em vida eterna, a morte para mim era o apice da vida, era o momento em que eu encontraria todas as verdades contidas neste mundo, era nisso que eu acreditava. Não me bastou experimentar a morte dos outros, não me bastou andar por cemitérios contemplando as pequenas fotos contidas nas sepulturas, nada bastou, eu tentava, eu tentei, eu juro por todo o amor que tive à pessoas no seu mundo, mas não bastou, eu caminhava cada dia mais para uma estrada que só dava em um lugar, sem conseguir resistir aos prazeres desta estrada, andei. Vaguei por alguns meses que me fizeram reafirmar minha ideia que a morte era um momento sublime da vida, não era um refúgio como os poetas do mal do século queriam, não era a vida eterna como os religiosos queriam, e muito menos o fim como os ateus queriam, provei-a, infelizmente só uma vez, a única possivel para todo ser humano, e hoje escrevo pra você, simples memórias mortas.
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Elo.
O casal estava sentado na verde grama do parque, abraçados, e ouvindo todo o silencio da estrelada noite de sabado. Se comunicavam em olhares e beijos interminaveis, a luz das estrelas abençoara aqueles corações com o amor, um amor que é dificil de se ver hoje em dia. Uma leve brisa passava pelo lugar e balançava as arvores e os cabelos da garota, ela era linda, seu sorriso, seu olhar apaixonante. O rapaz tinha uma aparencia selvagem, ao mesmo tempo romantica, tinha cabelos longos e brincos, mas contemplava as estrelas como um filhote que observa a mãe caçar. Um carro passou pela rua que atrevessava o parque "acordando" os dois e com uma voz de veludo a garota quebrou todo o silencio.
- O que é o amor afinal? Disse que os olhos fixos do rapaz. Ela tinha o rosto sereno, não se importava muito com a resposta dele. Na face do rapaz pairava a duvida, o que era o amor? Um simples sentimento? Não. Ele sabia que não era um simples sentimento.
- Sweet - Era o jeito carinhoso que ele usava para chama-la - Eu não entendo muito de amor, eu simplismente o sinto. Mas o amor é verdadeiro quando simplismente nos sentimos fascinados pela outra pessoa, dia a dia, sorriso a sorriso. Amor não é simplismente sair se pegando por ai, é algo que vem de dentro, uma sensação de paz quando se esta com a pessoa amada. Você...
Ela não deixou ele acabar, logo o abraçou com lagrimas nos olhos. Era tudo o que ela queria ouvir, o amor não era um simples sentimento ou algo carnal. Mesmo ela deitada em seu peito ele continuou a falar.
- O amor não passa de uma amizade de um jeito melhorado. Onde podemos compartilhar, discordar, tudo como amigos, e ainda desfrutarmos de algumas regalias.
Ambos riram. Aquela foi a noite mais magica na vida deles, como a proxima foi a mais magica e tudo foi sempre melhorando e nem a morte pôde separar o amor daquele casal.
domingo, 23 de maio de 2010
Mais nada a se buscar...
Pamela era ruiva, tinha a pele clara e algumas sardas no rosto. Tinha um andar cabisbaixo, sempre olhando para o par de tenis colegial que usava. Era uma vida completamente parada, estudava e voltava para casa, sua vida não tinha sentido algum. Aqueles dias de provas a deixaram extressada, para esfriar a cabeça Pamela foi até o parque, que ficava bem proximo a sua casa. Entrar no parque era entrar em um paraiso, la não se ouvia carros, gente falando ou algo do tipo, era o simples silencio misturado ao cantar dos passaros. Andando lentamente por entre os eucalipitos Pamela cantarolava tristes musicas com uma voz aveludada, ali dentro a felicidade estava mais proxima, mas não ainda com ela, a busca incanssavel pelo o que ela achava que era felicidade a fez uma garota triste, de expressão gótica. Sentou-se em um pedaço de grama e começou a pensar coisas como " O que é o amor?" " O que é felicidade?" e todos os questionamentos que algumas garotas da idade tinham, com sua mão extremamente palida pegou uma folha seca e escrevou com o dedo indicador a palavra amor.Levantou-se com lagrimas nos olhos e voltou a caminhas pelo parque, os raios de sol entrevam por entre as arvores e iluminavam os caminhs da estreita estrada de tijolos, carregando seu corpo foi até ter uma visão, a mais bela e surreal que ja teve em toda a sua vida. Ficou atonita ao ver algo de tamanha perfeição em suas linhas. Usava um longo cabelo loiro esvuassante que ia para o lado de acordo com o vento, usava uma camisa com gola V , uma calça jeans escura e um tenis old-school. Tinha olhos verdes bem claros e uma magia que não deixava que Pamela tirasse os olhos do rapaz.Ele levantou, tinha um andar felino e olhava para ela com segurança, as pernas de Pamela tremiam e ela não conseguia ter uma ação, o rapaz, o qual nome nunca soube, foi em direção a ela e chegando perto Pamela baubiçou algo que não dava para entender, o rapaz só tocou os labios dela com os dedos e segurou a mão de Pamela e foram andando pelo caminho que parecia interminavel, Pamela não conseguia tirar os olhos dele, até tropessando algumas vezes, o rapaz olhava fixamente para frente, se olhava para Pamela era de um jeito desfarçado demais para ser percepitivel, andaram e andaram sem dar uma palavras, só havia o canto dos passaros e o barulho das passadas do casal. Finalmente eles pararam. Pararam em uma grande clareira que Pamela nunca vira no parque, de pé olhando nos olhos dela o rapaz disse palavras que Pamela não entendeu, estava ipnotizada pelo olhar dele, então o rapaz fez uma leve pressão apertanto as mãos dela puxando-a e aproximando os seus labios.
Pamela acordou, deitada em sua cama, foi tudo um terrivel sonho, no fundo de seu coração sabia que nada daquilo era verdade, que nada daquilo poderia acontecer com uma menina como ela, principes não existiam, eram todas histórias para iludir pobres garotas a procura de alguem perfeito, era tudo mentira. Pegou um relogio e jogou contra a parede do quarto e relogio se espatifou quebrando em mil pedaços, logo começou a chorar, chorou até tomar uma decisão que pensou por muito tempo fazer mas nunca teve coragem para faze-la, mas não havia mais sentido, não havia por quem viver, não havia nada a se fazer a não ser acabar com todo aquele sofrimento que estava contido em uma só pessoa, deixara de acreditar em amor havia anos, deixara de ver o lado das coisas positivas, a maioria das pessoas eram tinham vidas felizes com momentos tristes, mas predominantemente felizes, ja Pamela não, tinha uma vida triste, onde a tristeza dominava sua mente. Abriu a janela do quarto e olhou para baixo, lembrou-se de uma musica que dizia " Faz de conta que é um livro com um final feliz", não, não podia haver final feliz. Houve um estrondo, depois vozes espantadas, em um lapço de consiencia Pamela viu o rapaz, deitado ao seu lado.
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Á Frente.
Estava sentado em um tronco no meio de uma floresta de eucalipitos, vestia um sobretudo negro e calça jeans, tinha uma rosa em suas mãos e retirava suas pétalas com uma delicadeza unica, era de empressionar uma figura tão sólida daquela segurando uma rosa. Sua pele era branca como mármore, olhos felinos e cabelos loiros, quase brancos. Não era belo, mas tinha um encanto natural, algo do tipo exótico. Como um raio ele levantara, com suas pesadas botas, pendia o andar para esquerda. Tinha o olhar fixo em um ponto aleatório e com um grave sotaque alemão quebrou o silencio:
- Que me olhas tanto rapaz?
Os pássaros voaram, o silêncio voltara a clareira da floresta, seus olhos verdes cristalinos fitavam-me com inexpressividade. Como ele me vira? u estava entre os galhos e não tinha feito nenhum barulho.Meu coração batia forte, seu olhar era quase um convite para a morte.
- Eu só estava passando e vi o senhor. - Respondi gaguejando e me atrapalhando em palavras. Ele ainda me fitava, mesmo com a minha resposta, que não parecera convincente, eu temi que ele fosse algum tipo de assassino ou psicótico, desses que nós vemos na TV. Ele voltou o olhar para o mesmo lugar de antes, e caminhou, suas passadas pesadas faziam as secas folhas de outono caidas no chão estalarem, abaixou-se e pegou uma flor e sem olhar para mim ele disse:
- Sabe o que é isso rapaz?
- É um dente de leão, certo?
- Sim. - Respondeu e soprou a flor, todas as suas petalas voaram, ele voltou o olhar a mim e continuou. - Assim é a vida, um simples sopro e ela foge de nossas mãos.
Naquela hora eu ja estava rezando, aquelas palavras realmente me fizeram crer que ele era um serial-killer maluco, eu simplesmente não sabia o que responder, era uma afirmação que não tinha réplica. Um acesso de coragem veio em mim, mesmo com minhas pernas tremendo.
- O que quer dizer com isso?
Ele esboçou um leve sorriso, deu dois passos em minha direção, mas como viu que eu me assustei ele parou, e começou a falar:
- Não entendes o que eu digo? Pensei que fosse um rapaz observador. Então, quando eu disse que a vida pode fugir com um sopro, eu não digo que a sua vida aqui na Terra some, mas sim sua essencia. Essa é palavra! Essencia.Você vira simplismente mais um rosto na multidão. Eu vi lugares sendo destruidos e depois reerguidos, vi pessoas matando e morrendo, e tudo isso for pela falta de felicidade delas.Só há um jeito de alcançar a felicidade.
- Que jeito então é esse? - Eu não entendia mais nada, eu achava que ele estava drogado, não parecia dizer coisa com coisa.
- Sorrindo. O sorriso é o raio de sol que ilumina sua alma.- Aquelas palavras não faziam sentido pra mim, mas de um jeito ou de outro mudaram minha vida.
Teatro-Terra
- Ingresos para a primeira fila por favor.
- Aqui esta senhor.
Não, eu não gostava nem um pouco de circo, não achava graça nenhuma, mas faria tudo por meu filho ter um dia de diversão.
- Pai, sera que vai ter magico? Palhaços? Bichos?
- Vai sim filho. Disse eu com um sorriso no rosto.
Sim eu levava meu filho para ver um espetaculo, olhar da primeira fila o que aconteceria com tudo, estava levando ao meu filho ao circo dos horrores, ao circo humano, onde todos convivem juntos, Deus como fui capaz de fazer aquilo, não poderia ter feito, melhor a fazer? Leve as esperanças, retire toda a piedade e amor que estiver ai, encare-a como um inimigo.
No picadeiro os magicos manipulavam com seus truques todo o pais, os palhaços nos fazia carinhos, nos dava comida, agua e brincava conosco, nós, simples animais, até os mais feroses como os tigres e leões, amançados por pão e vinho, amançados pelos palhaços que faziam o que queriam conosco.
Logo que sai do circo vi meu filho com lagrimas nos olhos, perguntou-me como ele poderia fazer pra não ser artista de circo, eu, como ignorante, não respondi.