- Me diga se um dia houve algo pleno? Não sei, realmente não sei. - Sentado na taverna, bebendo um copo de qualquer coisa alcoolica cuspia palavras ao vento. Eu não era um pseudo-deprimido que ficava dizendo que tudo tava ruim e meu mundo ia acabar, eu era um realista, eu encarava o que estava na minha frente, mas minha realidade sempre caia por terra.
- Como ainda tem força para se levantar?
- Força? Não a tenho a muito tempo. A unica coisa que me move é o medo, não o meu medo, mas o medo de ser perdido.
- Eu realmente não sei como consegue viver... - A expressão dele estava mudada, eu sabia que ele temia por mim, mas ele sabia que tambem que não faria nada que fosse contra meus principios, minha moral, o pouco que restou dela.
- Eu só espero que essa vida passe logo, enquanto aqui, eu vivo, ou sobre-vivo.
- Quem realmente é você?
- Sou o poeta das almas perdidas! - Peguei uma caneta e um pequeno pedaço de papel e entreguei ao homem que sentava comigo à mesa. No papel estava escrito:
Forças, não as tenho
Vida, que não ha mais
Passo a vida ferrenho
Acreditando em alegria, jamais.
Levantei-me, sai do bar, uma fina chuva caia sobre meus ombros, quando ouvi uma voz me chamar.
- Agora eu entendo, tinha de ter me dito antes.
- Ja é tarde irmão. - Continuei cantarolando um canção que dizia " E quando uma alma é condenada, ela nunca mais voltara", minha voz ecoava na rua molhada...
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