terça-feira, 31 de maio de 2011

O preço da pureza

Porque Humberto Gessinger não disse atoa que a dúvida é o preço da pureza, e sim, nessa infinita higway, não tão infinita assim...
Não existe bem e mal na duvida, não existe homem ou mulher, não existe bom ou ruim, não existe eu ou você, não existe nada, existe tudo, existe um ponto de interrogação ou um simples jogo de pronuncia que aprendemos mecanicamente desde a nossa infância, existe somente a duvida. Não há algo mais puro, mais belo que a duvida. Enfim, deus, alah, buda, odin ou até mesmo aqueles longos minutos na esteira me mostraram a perfeição. A duvida, passarei a cultiva-la, como bem mais precioso de minha vida, pois sem ela eu não estaria aqui. Farei orações e ladainhas à duvida, mas qual delas devo fazer? Posso acender-lhe velas Duvida? Oh Duvida! Fale comigo, questione mais uma vez. Quem sou eu? Não sei, é isso que me faz viver....

domingo, 22 de maio de 2011

Rotina.

Abri os olhos. Fechei-os. Abri mais uma vez, tentando fazer dessa a definitiva, abrir os olhos e nunca mais fecha-los. Assim observei a caos, algumas latas jogadas ao chão, papeis amassados jogados por todo o lugar, minhas guitarras espalhadas, arranhadas, sujas e sem vida. Era todo um som sem vida. Ainda no escuro daquele quarto, apalpei a mesa de cabeceira procurando por meus cigarros, peguei-os, acendi mais um, e debaixo do velho lençol fumei mais um, observando a fumaça que surgia da minha face, respirando o veneno que os deuses me proporcionaram por aquele pequeno momento, no caos.
Mais tarde, eu me encontrava no mesmo lugar, na cama, com as mesmas latas, os mesmo papeis, e as mesmas guitarras jogadas, estaria eu tendo lapsos de tempo? Ou estaria preso na minha própria mistura de insônia com insanes que jamais eram algo fixo, fiz o mesmo de antes, acendi um cigarro, fumei-o. Dessa vez eu consegui levantar, peguei a primeira guitarra, o primeiro papel a lata eu deixei pra la, pois já estava vazia, tanto faz. Com a visão ainda embaçada tentei decifrar a emoção naquelas poucas palavras em um azul falhado, onde não dava para distinguir se era você ou eu, se era amor ou dor, se era verdade ou ilusão. Mas eu sabia que era tudo sobre distancia.
Fumei mais um cigarro, pura rotina de acende-los e fuma-los. As vezes até apaga-los antes que chegassem ao final.
Abri os olhos de novo. Amava-me e odiava-me. Abri a janela. Fumei mais um cigarro. Abri os papeis. Tentei algumas notas. Abri a porta da frente. Não havia ninguém. Abri o peito para o ar, eu voei para a eternidade, ou a falta dela.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

A parte

Porque os fantasmas nunca deixam de assombrar suas casas
E aqueles que estariam com você pela eternidade são mais um rosto
Você pode agradecer pelo resto de sua vida por eu não estar mais nela
Nada é como antes, só é parecido.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Suposições

Se ao menos eu sentisse o real frio que esta fazendo la fora, eu saberia do que tanto falam aqui dentro. Se ao menos você ou vocês, ou qualquer um, olhasse com um pouco mais de atenção, veria como a velha senhora. Mas não faz sentido fazer suposições agora, nessa altura da vida, onde já se vão anos de tédio e pseudo-misantropia.
Se ao menos eu fosse um pouco menos controlador, um pouco menos dúctil, porque todo esse poder ostentado por fora não passa de pedaços quebrados, colocados. Se ao menos eu soubesse sobre o que eu estou falando, eu ainda poderia lhe dar alguma explicação, mas nem eu sei. Só o que me move é... não sei.
Se eu menos eu pudesse parar de mentir, fingir que eu ainda sei, o que na verdade não sei. Se ao menos eu pudesse ficar aqui para sempre, esperaçosamente, eu espero.

sábado, 14 de maio de 2011

Coisas soltas presas em uma corrente

... Pois é fácil estar longe quando estas perto demais...
... Porque o que foi não existe mais, só restam risadas...
... Existe algum problema em nos afastarmos?...
... E você que nunca aparece por aqui, no mesmo canal...
... Tenho medo, mas te enganarei mesmo assim...
... E que droga é aquela que eu sinto?...
... As pontas de cigarro e o borrão de café, ele não diz o futuro...
... O passado esta naquele porta retrato, bons tempos...
... Presente, sou eu sentando aqui...
... E novamente o borrão não me mostra nada...
... Passou rápido demais, mais uma dose...
... As luzes se apagaram, posso dormir...
... Só por algum tempo...
... Sem lógica...
... Menor...
... ... ... ...

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Armadilha ND Épico

Um tanto nostálgico, só para relembrar o quanto tudo fazia sentido há anos atrás, e agora não faz mais nenhum. Irônico é pensar que é isso que ainda me faz sentir vivo, a falta de qualquer sentido, a falta de respostas, é cair em armadilhas e me levantar, olhar para ela e dizer "filha da puta", arma-la e deixar o próximo "trouxa" cair. Talvez caiba um conto, tentarei:

" Ele era tão astuto quanto a noite, o pálido matador de lobos, não precisava de muito para abate-los e borrar a neve do vermelho quente que saia depois do estrondo que fazia os pássaros voarem. Tinha sua pele ferida pelas tantas batalhas, seu rosto enrugado por franzir ao olhar da mira, era esguio, porém forte. Montava seu cavalo, e não precisava de muito mais que a coragem e algumas balas para abater toda uma alcatéia. Glória ao Matador de Lobos! Glória à aquele que retira o que Deus criou! Glória! Saudado era pelos camponeses. Hey, senhor Matador de Lobos, existe um grupo atacando minha criação, vá até eles, por favor, lhe dou 100 moedas, não precisa. Com a testa franzida saiu mancando em seu próprio hedonismo de olhar nos olhos do bicho e acerta-lo. Viva! Viva! Viva! Era só mais um dia qualquer, uso repetitivo do qualquer, cruzes! Enfim, andava seguindo os rastros na neve, farejava o perigo de longe, tão longe quanto seus próprios adversários. Vocês não vão fugir, nunca. E então andava mais um pouco, com sua velha carabina preparada. Até avista-lo, o macho alfa, negro contraste com a neve, olhos amarelos que lhe arrepiaram a espinha. Um passo e o bicho sumiu de sua mira, descendo uma elevação, e foi atrás dele, mas acho chegar ao lugar, ele foi pego, haviam muitos deles, negros, brancos, pardos, cinzas, assim como o céu. Não hesitou em atirar mas só acertou a casca dos pinheiros. E encarado por olhares medonhos, sentou ao chão e esperou que pelo menos fossem rápidos. Lentamente o negro lobo aproximou-se, usou sua pata para rasgar-lhe uma das mãos, e logo saiu, junto com os outros. Ele se levantou, fez um leve tornique, e andou de volta para a vila."

sábado, 7 de maio de 2011

Clichês temporais

O tempo passa rápido quando estou com você
Nas noites de insônia ele demora
O tempo acelera com um motor V8
Na simples esperança de estar perto de você
Mas fica tão lento, tão triste
E de olhos fechados eu sonho com você
Daremos tempo ao tempo
Porque ele também existe
Até que rápido demais os pixiels se acabem
E uma mensagem apareça que você se foi
O tempo demora a escolher quando eu estarei com você.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Bem fundo, porém superficial

Perguntei-lhe se eu poderia sentar ao seu lado, era só mais um dia cinza qualquer, em um lugar qualquer. Ele ou ela, que seja, ficava calado, com o olhar baixo, procurando alguma força no balançar das árvores, ou em qualquer outro lugar. E eu, um outro qualquer, observava com toda a intimidade que um olhar pode ter, meus olhos no daquela ou daquela qualquer, e o outro olhar, além do infinito, onde ninguém pode chegar. Mas é assim mesmo, quanto mais longe, quanto mais alto, mais fundo cai, mais longe vai para a escuridão, ou para a luz, fúteis analogias cristãs. E então, eu esperei até aquele simples qualquer levantar, dei-lhe apoio em meus ombros e o levei, como um soldado para fora da trincheira, depois de uma batalha tão longa, qualquer ombro amigo, mesmo de um qualquer é válido. Infelizmente, batalhas deixam cicatrizes que nunca fecham, feridas que continuam sangrando por dentro, que dilaceram a carne enquanto você sorri. Mal de pé aquele qualquer estava e ele caiu de novo, não tinha forças para andar, nem mesmo sob apoio, fiz o meu papel, carreguei aquele qualquer em meus ombros, foi difícil, demônios me tentaram em deixa-lo pelo caminho e seguir com o meu, por que ajudar um qualquer? Mas eu caminhei com ele nas costas, nos ombros, até que ele pudesse dar seus primeiros passos, assim, levei-o para bem longe, onde não havia mais nenhuma batalha, não naquele momento.