A luz gélida, não só gélida, mas angustiante, pois tornava cada vez maiores as sombras de tudo ao redor. Como chegou ali ninguém sabe, só existem seus medos refletidos em cada fragmento perdido de visão que o consome. Seu coração dispara, como uma bomba prestes a explodir, a visão esta embaçada, mas ainda pode-se ver seus maiores medos nas paredes, no chão, estendidos à sua frente.
Náuseas o atingem. Ele rezava para qualquer deus que o ouviste para tirar-lhe logo dali, ele não queria mais aquilo, os pedaços todos embaraçados, o mundo escorria pelas entranhas das pedras, que colocadas em sobre a outra faziam um traçado digno de um mestre sádico.
Do lado de fora pode-se ouvir os urros, os gritos, os gemidos, as ladainhas, as orações, as ameaças, as desculpas. Do lado de fora pode-se ver o desespero, ver aquele ser, prisioneiro de si mesmo, torturando-se no caos, firmado sua falta de sentido ou até mesmo dizendo que tudo fazia sentido. Era a insane.
Sua visão fica menos embaçada, ela já pode ver algumas coisas, coisas que ele nunca quis ver, mas que sempre existiram. Não existe indiferença la dentro, é como se transbordassem paixões boas e ruins, vícios, pecados, amores. Era tudo derramado por um enorme aperto que ele não sabia de onde vinha.
Querendo ou não, seu sonho foi realizado, ele o viu fora, ficou foda. Mas la fora não é tão bom assim não é? O que pensou que era? La dentro ainda existe um refugio, vocês ainda se entendem. Aqui fora é o inferno, se ele mesmo existe. Aprendeu agora? Quer voltar?
Nunca nos procure de novo.