domingo, 31 de julho de 2011

Você, depois dos sete mares

Eu dormi pensando em tu
Nunca mais queria acordar
Pois nos meus sonhos viveu
Numa eternidade reduzida
O que eu ainda posso fazer?
Sobreviver
Dói, incessantemente dói
E a cada dia que passa
Cuspo nós de minhas garganta
Silencio a dor com mais um copo
Não vou poder fugir para sempre
Me esconder por traz de algumas garrafas
E de alguns tragos em meu cigarro
Fique aqui, pois para sempre é pouco tempo demais.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Em respeito ao que lhe mantém vivo

Você tem algum problema com meu vicio?
Saia da minha frente, pois tudo pega fogo
Algumas pilulas, alguns goles
Tudo se vai de um jeito tão rápido
Tão rápido que mesmo tu não sentiria
Eu esqueço tudo, perco tudo
Deixe o fogo queimar tudo
Eu só quero sustentar o que me mantém
Pelo menos não preciso de razões para viver
Abasteça mais um gole
De mais um trago, sinto-me bem
Procuro o frasco, abro com mãos tremulas
Um brinde ao excesso

sábado, 16 de julho de 2011

Palavras de honra.

Por mais o que se vive um homem
Senão os doces lábios de uma ardente mulher
Por mais o que um campeão se levanta
A não ser a lembrança de um olhar
Hoje as estrelas me abençoaram com seu sorriso
Enquanto eu derramo minhas misérias
Em lágrimas com sangues alheios
Toda essa luta é pra te encontrar
Aqui, nessa vida, ou lá
Descansando à sombra de um deus.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O mundo além do que tu conheces.

A luz gélida, não só gélida, mas angustiante, pois tornava cada vez maiores as sombras de tudo ao redor. Como chegou ali ninguém sabe, só existem seus medos refletidos em cada fragmento perdido de visão que o consome. Seu coração dispara, como uma bomba prestes a explodir, a visão esta embaçada, mas ainda pode-se ver seus maiores medos nas paredes, no chão, estendidos à sua frente.
Náuseas o atingem. Ele rezava para qualquer deus que o ouviste para tirar-lhe logo dali, ele não queria mais aquilo, os pedaços todos embaraçados, o mundo escorria pelas entranhas das pedras, que colocadas em sobre a outra faziam um traçado digno de um mestre sádico.
Do lado de fora pode-se ouvir os urros, os gritos, os gemidos, as ladainhas, as orações, as ameaças, as desculpas. Do lado de fora pode-se ver o desespero, ver aquele ser, prisioneiro de si mesmo, torturando-se no caos, firmado sua falta de sentido ou até mesmo dizendo que tudo fazia sentido. Era a insane.
Sua visão fica menos embaçada, ela já pode ver algumas coisas, coisas que ele nunca quis ver, mas que sempre existiram. Não existe indiferença la dentro, é como se transbordassem paixões boas e ruins, vícios, pecados, amores. Era tudo derramado por um enorme aperto que ele não sabia de onde vinha.
Querendo ou não, seu sonho foi realizado, ele o viu fora, ficou foda. Mas la fora não é tão bom assim não é? O que pensou que era? La dentro ainda existe um refugio, vocês ainda se entendem. Aqui fora é o inferno, se ele mesmo existe. Aprendeu agora? Quer voltar?
Nunca nos procure de novo.

domingo, 10 de julho de 2011

Criadores de Caos

É o caos
Agrupamentos de partículas e cromossomos que não fazem sentido
De suas vidas mortas, ou mortes vivas
Exacerbando toda a criação inútil de um caos
É o caos
Da cidade, dos carros, das rodas, do vil, do ver, do sentir
É o caos
Do hindu à cristo, da sua à minha, do agudo ao grave
Bate bate bate bate bate
Toque porque la vem caos
É o caos
Não faz sentido, é lindo o desarrumado
Viste, não tem mais nada
Eu tenho tudo, eu sou o caos
Voltarei para marte, adeus.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Pitadas de hoje, pitadas de deus

Lá e cá, ela anda
Estonteante andar pelas areias do deserto
Carrega o banheiro em sua face
Sua cama, o guarda roupa nos costas
Como um cristo carrega a cruz

Me desculpe meu senhor
Ele desliza sobre o mar cinza quase azul
Dentro da própria segunda feira blue, desliza
E não é qualquer deus
Deus das portas cinéticas, dos urros e sussuros
Deus do próprio deslizar

Sou primeira, na verdade terceira
E a relva que antes andava sobre mim
Submete-se à sola dos meus pés
pés de um deus em quase seu dia.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Zapeando

Mudei o canal, estou lá agora, antes estava cá
Pois são muitos, são muitos
Ninguém nessa imensidão vê que eu já tentei
Reunir todos em um, sentir como um
Mas esse sou eu, zapeando pela vida
Parti amor, agora não sou mais eu
Sou aquele que passa logo ali
Ou talvez alguém longe demais
até que me acho as 3 am.