Eu tenho um vício, primeiro passo, aceitação. Segundo, admitir que ele realmente existe e exerce uma força de fator muito maior do que eu exerço nele, ok. Eu admito, próximo. Aceitar ajuda à largar o vício, vamos, diga-me qual o seu vício.
Pessoas, pessoas estragadas, danificadas, não são espelhos meus. São espelhos do que eu amo, uma escultura, à qual eu pego nas mais frágeis condições, reparo-as e vendo-as. Não é por puro mal, é que não há lugar para esculturas na vida de um escultor das vidas alheias. Sem metáforas, não sou bom nelas.
O processo é simples, começa com a caçada, observa-se, o bote. Feito! Agora a melhor parte, enfie-se pelos buracos da alma da vítima, descubra o que puder e ache um jeito de solucionar-los, cubra-os com sua própria proteção. Não importa se vai funcionar para aquela pessoas, o quebra-cabeça foi desfeito, os buracos tapados, se quiser algo melhor que isso, volte quando eu tiver terminado a faculdade, alias, escolha plausível.
Por ultimo, solte-os, deixem-os voar. Alguns voltam, claro. Outros vão e voltam. Alguns dão saudades, outros repulsa. Mas no final das contas, existe um sentimento de dever cumprido.
Felizmente, já há um caçador que já me tem como vítima e ele sempre tem buracos para preencher. Pelo menos ele não fica tão entediado como eu...
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