sábado, 24 de setembro de 2011

Inverno.

Minha maior dor é amar
Rasga em pedaços meu coração
E espalha por entre as milhas
Que me separam de você

Meu maior conforto é lhe amar
De uma vez ver seu sorriso
Acende a chama do meu coração
Regenera tudo ao meu redor

Neste mundo cinza tu colocaste cor
Nesta insanidade tu trouxeste a paz
Só o que eu quero é o brilho dos seus olhos
E o seu calor

Aqui está frio demais.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O Perdedor.

As linhas da vida me ensinaram várias coisas. Que se prestar atenção no presente é prever o futuro. Que olhar e ver são coisas distintas e que é preciso ter para ser algo. Não importa o que. A vida, se assim posso chamar a subsequência de fatos que ocorreram em minha existência sempre apontou o dedo em minha face e me chamando de perdedor. Não é nenhum drama ou algo que eu me envergonhe.
Outra coisa que a vida me ensinou, ainda jovem, foi que as derrotas lhe ensinam muito mais do que vitórias. A cada lágrima derramada eu aprendia, me faria mais forte, enchia minha cabeça até chegar em algo concreto, eu não perderia de novo. E perdia, perdi, e continuo perdendo. É tudo aquilo que posso fazer. Então eu passei a observar, quando eu ganho é um sentimento profundo, algo como uma luz que se acende. Os ganhadores ganham por obrigação, não gozam da vitória e sim ignoram ela.
A cada bola batida no aro, a cada dura queda no tatame e até a cada chute desconcertado a milhas do gol que eu dou, aprendo. Aprendo e depois ganho, venço. A bola cai pela cesta, meus golpes não falham mais, e os chutes, tudo bem, esses continuam um bocado tortos...
Ainda aprendo com a vida, até porque, aprenderei para sempre, a ultima coisa que me foi dita foi que os perdedores se levantam quantas vezes forem precisas para atingirem o que realmente querem. Posso ser o maior dos perdedores, mas sou o mais forte dos homens.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Qualquer coisa a mais que isso. É mentira.

Aquelas gotas, a velha maneira
Movimentos de inércia
Qualquer coisa a mais que isso
Seria pura ilusão ou desilusão

Jogando isso tudo fora
Os cacos de vidros espatifados pelo chão
Assim não precisarei ver você no espelho
Encarar tão cruel realidade

Aquele pedaço foi o que me fez estar vivo
Escorrer, fluir, sugar, adormecer
Acordar em uma estática que não existe
Só agora, só agora

Só agora o vermelho se junta com o amarelo
E se torna o mais espetacular espetáculo..

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Facetas quaisquer

Aquela fina tendência a esconder, a mentir, ser mais um em qualquer lugar, ser O em algum lugar. Joga com palavras de forma perfeita, olha nos olhos como Jesus olhou para a cruz, carrega seu fardo, nunca vai deixar de ser assim. Aquela ideologia de não ter ideologia alguma, de pisar na terra e não viver. Talvez você saiba como é...
Oh queria, como eu poderia não lhe amar? Aquele sorriso ilumina toda minha escuridão, que torna tudo lindo, assim como você. Seus olhos me puxam para dentro de sua alma, amando-a mais ainda, seus olhos de ressaca, herança de Capitu, puxou seus olhos de ressaca e eu? Talvez o coração de Bentinho, que nunca soube o que realmente houve.

Afundo-me na mais românticas pseudo-depressões, daquelas que nunca ninguém imaginou, eu sofro e meu coração falha, se parte, a cada vez que me vejo tão longe de tu. Quer mesmo viver assim? Eu não acho que conseguirei. Vou livrar-me deste tormento logo. Mais uma garrafa de vinho, outros tragos no cigarro, cambaleando pala rua erma, eu não sei onde estou, só queria estar contigo, contigo...

- Vocês ai embaixo! Tão humanos, condenarei a eterna vida, fracos ou fortes, humildes de forma alguma. Condenarei à uma liberdade inexistente! Sou Deus de todos vocês e só podem fazer uma coisa, obedeçam ou fujam para dentro dessa carne fresca. Fujam, pois eu tomei o controle.

domingo, 11 de setembro de 2011

Estação

Rabiscado da esquerda para a direita
Andando no sentido contrário, pois não há nada que impeça
Foi para lá, não achei, mudei de lado
Tudo igual, meus destinos, que mudam a cada passo.

Como Drummond, nasci assim um pouco gauche
Nietzsche deu-me uma benção niilista, Vá e perca!
E não houve moral ou ética
Tanto de Sócrates ou Platão que mudasse

Por traz daquela etiqueta
Por traz daquela toda pompa
Ele mora, ela mora
Nós moramos

Não importa se é primeira, segunda ou terceira
Se tu ouves plural ou singular
Faremos uma escala na próxima estação
Onde descerei, de um dia sairei.