Eu vejo uma luz. Ela brilha em meio ao negro, à escuridão desajustada, as cinzas do que um dia restou. Vê-se o eterno contraste entre claro e escuro, o bem e o mal medindo forçar para que have um equilíbrio, mas não há. Aquela pequena luz, pulsa, brilha, é como um estrela no céu, pequena, quase imperceptível, não consegue iluminar a minha face com sua luz. Ela só esta lá, lutando para tomar o controle, talvez nunca conseguirá.
Existe também uma escuridão, um negro, onde se perdem nos emaranhados rasgantes de suas teias compostas por ódios, rancores, mágoas, decepções, trassadas por uma caminho, aquele que a escuridão me mostra. Deixando-me de olhos vermelhos, de cabelos em pé, de joelhos ao chão, do punho cerrado, do sangue jorrando. Ela esta aqui, eu posso senti-la, eu quero estar com ela, isso é o que eu nunca vou entender.
Mostre-me me a luz! Gritei, umas tantas vezes até perder a voz. E no céu só vi os pequenos pontos de luz, as pequenas forças girando ao meu redor, sussurrando uma melodia, com seus dizeres, nós estamos aqui não estamos aqui nós estamos aqui sempre. Não sei se estão ou não, não sei. Droga!
Amanheceu, mais um cigarro. Mais um maço de cigarros, alimentando a escuridão com sua fumaça acinzentada jorrando pelas minhas entranhas. Não amanheceu, só trocou-se o dia pela noite. A ausência da escuridão, ali parecia tudo tão luminoso, não era eu.
Mas um dia foi dito, que se existe a escuridão deve existir a luz, que para existir o mal deve existir o bem, que para existir o amor deve existir o ódio. Mas qual é consequência de qual? O mal é a ausência de bem ou o bem ausência de mal? Eu prefiro acreditar que em minha escuridão reside o maior bem, que na minha luz existe meu maior mal, pois as estrelas no céu ainda brilham para mim, eu posso ser o bem, basta eu olhar para elas.